25 de ago. de 2011

AGRICULTORS DO ALTO ACRE DIZEM QUE NÃO CUMPRIRÃO DECISÃO DE "FOGO ZERO" DO TRF

A decisão dos deputados estaduais de se contrapor a decisão do Tribunal Regional Federal (TRF), que proibiu queimada em 17 municípios do Acre, inclusive, para a criação de novos roçados, começa a ganhar corpo nos movimentos sociais. Na manhã de quarta-feira, representantes políticos e sindicais e associação de produtores, procuram o líder do governo, Moisés Diniz (PC do B), para anunciar que não cumprirão a determinação do TRF.

A comissão de líderes sindicais e produtores rurais do Alto Acre, que foi trazida a Rio Branco, pelo vereador Lacerda (PC do B), acreditam que a situação vai se tornar crítica em Brasiléia, Epitaciolância, Assis Brasil e Xapuri. “O fogo vai acontecer, e de forma descontrolada. Os agricultores não teriam como sobreviver nem sustentar suas famílias sem plantar e, para plantar é necessário queimar e é isso que vai acontecer mesmo sem autorização”, diz Lacerda.

Segundo o vereador de Brasiléia, os produtores da região do Alto Acre, preparam um grande movimento na capital do Estado, para pressionar as instituições públicas da real situação dos produtores rurais do Acre, que de acordo com eles, não teriam condições de mecanizar as terras por falta de assistência técnica e estrutura de ramais e estradas para que as máquinas possam chegar às propriedades rurais mais remotas do interior.

Os pequenos produtores contestam ainda, a possibilidade de uma mecanização sem causar impacto ambiental. “Os produtores estão engessados com o número de exigências dos órgãos de ambientais. Somos castigados por pessoas que não conhecem a realidade da Amazônia, mesmo que se faça a mecanização, que no caso do Acre, não seria fácil, causaria impacto ambiental tão grande quanto às queimadas”, diz o sindicalista Raimundo Ferreira.

Aproximadamente 60% da população do município de Brasiléia, seria da zona rural, pessoas que tiram o sustento diretamente da terra. Se a decisão do TRF não for revista o caos sociais será tão grande e incontrolável quanto às queimadas criminosas. Os produtores acreditam que os proprietários de áreas rurais vão queimar de forma criminosa e formular denúncias na delegacia, para se livrar das punições e multas dos órgãos ambientais.

“Não estamos defendendo o desmate ou a queimada criminosa, estamos defendendo uma questão de sobrevivência dos milhares de famílias espalhadas pelo interior do Estado. Quando foi para atender os interesses dos grandes pecuaristas, o governo federal autorizou e até aprovou incentivos para as derrubadas e queimadas para formação de pastos, a mesma medida tem que ser adotada para os pequenos que usam a terra como modo de sobrevivência e sustento de suas famílias”, acrescenta Raimundo Ferreira.
Ray Melo, da redação de ac24horas

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