16 de ago. de 2011

SENADORES SE MANIFESTAM EM FAVOR DE AÇÕES DE DILMA CONTRA A CORRUPÇÃO

Parlamentares de vários partidos se revezaram em discursos na tribuna.
'A sociedade toda quer justiça, ética e dignidade', disse Pedro Simon.

Iara Lemos Do G1, em Brasília

 Senadores de vários partidos revezaram-se nesta segunda (15) na tribuna do Senado para discursar em favor de medidas da presidente Dilma Rousseff de combate à corrupção no governo.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que o objetivo das manifestações é criar um "movimento" de apoio à presidente, que tem sofrido com pressões da própria base aliada.“ Segundo Simon, a sociedade brasileira "quer justiça e ética" no combate às irregularidades.
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"Quando começamos o movimento Diretas Já, não éramos mais que meia dúzia [de parlamentares] na Câmara dos Deputados, e conseguimos. Hoje, a sociedade toda quer justiça, ética e dignidade"”, afirmou o senador.

Só no Ministério dos Transportes, 24 servidores foram demitidos ou afastados desde que denúncias de irregularidades tiveram início, no início do mês de julho. Entre os que deixaram o cargo está o ex-ministro e senador Alfredo Nascimento. O PR, partido do senador, já deixou o bloco do governo no Senado e ameaça a deixar o bloco também na Câmara.

Na semana passada, a Operação Voucher, da Polícia Federal, prendeu por suspeitas de irregularidade integrantes da cúpula da pasta, como o secretário-executivo, Frederico da Silva Costa, e um secretário do ministério, o ex-deputado federal Colbert Martins (PMDB-BA)

“"É hora de nós empoderarmos a presidente da República para que ela tenha a autonomia política necessária para que implemente essas mudanças e acabe com o fisiologismo político que existe no Congresso Nacional. A presidente tem o poder de interferir nos ministérios quando e sempre que necessário para livrar o país da corrupção"”, disse a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS).

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), ocupou a tribuna para pedir apoio aos senadores para as ações de ajuste fiscal defendidas pelo governo. "O que se espera é um apoio às medidas de austeridade do governo", disse.

Pedro Simon, criticou o discurso de Costa e disse que esperava que o senador falasse sobre as medidas de combate à corrupção. O senador pernambucano respondeu que as medidas da presidente não são novidade.

"“Para mim, não são novidade as ações da presidente Dilma de combate à corrupção. Ela sempre teve essa postura, desde quando era ministra”", disse.

O senador Jorge Viana (PT-AC) defendeu as medidas de combate à corrupção, mas destacou que as ações não podem ser cometidas com abuso. “"Que ninguém cometa, se é que foi cometido, abuso. É preferível sofrer injustiça do que cometer uma injustiça. Essa mistura é muito perigosa"”, disse.

O senador Mozarildo Cavalcante (PTB-RR) também subiu à tribuna para manifestar apoio à presidente, e disse que as ações de combate à corrupção devem ser tomadas, independentemente de quem está envolvido. O senador pediu apoio para que o movimento em favor das ações da presidente cresça no Senado.

" A corrupção em qualquer área significa tirar a vida das pessoas [...] Portanto, nós temos sim de ter uma postura clara de quem está a favor da decência e de ter um governo como este que não tem medo de demitir A, B ou C. Temos de fazer este movimento crescer. Aqui no Senado, temos a maioria para dar à presidente Dilma esta tranqüilidade", declarou Cavalcante.

Para o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), "é preciso que neste momento a gente apóie a verdadeira faxina que a presidente Dilma está fazendo na política brasileira"”.

Em manifestação durante o discurso de Ferraço, Pedro Simon pediu apoio de outras entidades como a Confederação Nacional dos Bispos (CNBB) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) para que o movimento de apoio às medidas da presidente tenha mais força.

O senador Pedro Taques (PDT-MT) pediu a criação de uma frente de combate à corrupção. “"Quem rouba o dinheiro público é lixo. É nojento. A corrupção mata. Ela rouba o futuro das crianças. O que queremos é buscar os princípios da República"”, disse o senador.

"“Siga em frente, presidente Dilma. Faxina se faz limpando o que há debaixo do tapete", afirmou Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

O oposicionista Álvaro Dias (PR), líder do PSDB no Senado, ocupou a tribuna para dizer que não iria aplaudir a presidente Dilma, mas os órgãos responsáveis pelas denúncias de irregularidades.

“"Só o discurso não resolve. Me refiro à própria presidente da República, que se refere a uma limpeza no governo. É retórica, e só retórica não resolve. Hoje eu gostaria de aplaudir, não a presidente Dilma, mas a imprensa do Brasil, a Polícia Federal e a Controladoria da União", afirmou.

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