26 de set. de 2011

ESCOLAS PRECISAM MUDAR PARA REAGIR À VIOLÊNCIA, DEFENDEM ESPECIALISTAS

UOL EDUCAÇÃO
Rafael Targino/Em São Paulo


Com um novo caso de violência escolar –em que um aluno de dez anos atirou em uma professora em São Caetano do Sul (SP) e se matou–, o debate sobre como lidar com o problema volta à tona. Especialistas ouvidos pelo UOL Educação afirmam: as escolas precisam mudar para tentar evitar novos episódios. Essas mudanças também passam, dizem, pela família e pela formação do professor.
Relembre alguns casos de 2011

 22.set - Aluno atira em professora em São Caetano do Sul e se mata

“A escola precisa mudar muito. Precisa evoluir muito em questões pedagógicas, nos métodos de ensino, no próprio relacionamento dos professores com os alunos”, afirma o professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) Evandro Camargos Teixeira. Ele defendeu, neste ano, uma tese de doutorado sobre as relações entre violência e abandono e desempenho escolar.

“Não é uma questão de coerção. Isso não vai acabar com o problema. Não adianta colocar a polícia. Ela vai lá para tentar resolver o problema que acabou de acontecer. É [preciso] uma política de conscientização de todos os setores”, afirma Teixeira.

Para Paulo Carrano, professor da Faculdade de Educação da UFF (Universidade Federal Fluminense), não houve muitas mudanças nas escolas nos últimos anos. “A disciplina escolar não mudou muito, a disposição das carteiras [na sala] não mudou muito”, diz.
Professor
Essas mudanças, afirma Carrano, também devem passar pelo professor. “O ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’, tem que ter lugar a outro tipo de autoridade. Os professores mais escutados [pelos alunos] são os que têm a autoridade do saber, que sabem o que estão dizendo, e os que têm a autoridade do afeto, que escutam, que dão valor às experiências que os alunos já trazem. O que consegue juntar as duas é o melhor professor.”
Professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38, é socorrida após ser atingida por um tiro disparado por um aluno de 10 anos, do 4º ano C da escola Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, no ABC Paulista. O aluno se retirou da sala de aula e disparou nele próprio Mais Adriano Lima / Fotoarena / Agência O Globo

De acordo com o especialista, é preciso um esforço para entender as razões das atitudes violentas. “Os episódios de violência contra os professores poderiam de fatos ser diminuídos com ações que investissem mais na busca da compreensão de porque que surge o fenômeno da violência, do bullying. Se a gente não entender o que gera esse comportamento, não vamos ter soluções eficazes”, diz Carrano.
Família 
Evandro Teixeira afirma também que é fundamental um acompanhamento de perto da família. “O próprio aluno se sente mais seguro ase a própria família está participando”, diz. Carrano concorda: “As crianças reproduzem aquilo que elas levam. Se as boas maneiras não aconteceram na família, a escola tem um problema.”
Nota do Blog: Isso porque não colocaram o que vem acontecendo nas escolas de Tarauacá, ou os responsáveis acham que não se sabe o que está acontecendo aqui  na terrinha do abacaxi grande?
É isso que vocês querem para seus filhos? Então deixe as coisas do jeito que estão. Não se mobilizem não para protestar, e vocês verão em breve o que acontecerá com professores e alunos nesse município.

2 comentários:

  1. Infelizmente vivemos em uma sociedade extremamente violenta, e isso influencia na escola. Não tem como fugir disso. Junta isso com nossas crianças sendo criadas sem limites, sem diálogo, sem pulso firme, com famílias ausentes que acham que a escola tem que fazer o que era pra ser feito em casa, ou seja, educar. O resultado está aí... Não adianta polícia, detector de metal e etc nas escolas. Enquanto não mudar a mentalidade da nossa sociedade, nada melhorará...

    []s

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  2. A destruição da "instituição" família é o maior flagelo do século. Há redundãncias.
    abç

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