5 de abr. de 2012

ACRE NÃO PRODUZ PEIXE SUFICIENTE PARA A SEMANA SANTA


Ao contrário do que afirma SebasTião Viana,60% de todas as espécies que serão consumidas no estado virão de Rondônia Amazonas.

Jairo Carioca, da redação de ac24horas - Os próprios órgãos oficiais desmentem o governador Tião Viana (PT), que vem explorando na mídia imagens pessoais à beira de açudes e criadouros, numa tentativa no mínimo lamentável de convencer os cidadãos acreanos de que a produção de peixes seria suficiente para atender a demanda nesta Semana Santa.

O governador força indicadores e usa produtores familiares como responsáveis por um suposto aumento na oferta de alevinos. Na verdade, no entanto, a expectativa gerada em 2010 ainda não saiu do papel. É fato que 60% do pescado que será consumido na Semana Santa vem dos municípios de Boca do Acre e Lábrea [Amazonas] e do vizinho estado de Rondônia.

Os dados são oficiais.

A assessoria da Secretaria de Produção Familiar informou que no ano passado foram construídos 1.169 tanques em todo o Estado. Em tese, com a ampliação de 500 hectares de lâmina de água, este ano, a produção de peixe deveria abastecer todo o mercado consumidor do Acre. Na prática, o que os comerciantes do setor dizem é bem diferente. “Se não fosse o peixe que vem do Amazonas e Rondônia não daria conta de abastecer nem o mercado da periferia principalmente nesta época”, conta o comerciante Antônio José.

Com a baixa produção e a ausência de uma política de incentivos fiscais, o consumo de peixe ainda está longe da mesa de famílias carentes.  Nos mercados públicos da região central de Rio Branco, o quilo do pescado de açude é encontrado por valores que variam entre R$ 9,00 e até R$ 12,00, dependendo da espécie.

O preço aumenta de acordo com a preferência. O de carne mais nobre que não é produzido nos cativeiros de Rio Branco, como o Surubim, custa R$ 17,00 o kg. Outra espécie como Caparari, bastante procurada neste período do ano, é encontrada pelo valor de até R$ 18,00.

O pirarucu, que ainda não conseguiu ser emplacado como o “bacalhau” da Amazônia, está em falta nos principais supermercados da capital, mas quando encontrado custa entre R$ 17,00 e R$ 24,00.

O Bacalhau é vendido nos supermercados R$ 33,00 (o quilo em lascas) e R$ 98,00 (o quilo do filé).

É cedo ainda

O movimento ainda é fraco nos mercados públicos. Alguns comerciantes reclamam do número de feiras estimuladas pela Secretaria de Produção Familiar e das dezenas de vendedores clandestinos que nesta época do ano aproveitam para vender sua produção nas esquinas de maiores movimentos em Rio Branco.

Mas a confiança é grande. Vendedores experientes como o senhor Amadeu Oliveira, que ocupa um dos boxes mais antigos do mercado Elias Mansour, no centro de Rio Branco, já estão acostumados com essa rotina da Semana Santa. “É assim mesmo, todo ano a maior procura é na quinta e sexta-feira”, comentou.
Sem política fiscal, peixe vira artigo de luxo na mesa dos mais pobres

Um dos fatores mais desestimulantes ao consumo, em relação aos demais tipos de carnes à venda no mercado, é a relação preço por quilo. Segundo especialistas, o quilo do peixe, dependendo da espécie, pode chegar a custar vinte vezes mais que o mesmo peso em carne de frango. Para o economista Wanderley, falta uma política de incentivo fiscal capaz de reduzir o preço do pescado em Rio Branco.

- Com isso o peixe ainda é artigo de luxo na mesa das camadas mais populares. Não adianta o governo distribuir alevinos se os insumos continuam vindo de fora e com custo altíssimo – analisou Wanderley.

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