28 de dez. de 2012

FALECEU ESTE MÊS DANIEL INOUYE - UM POUCO DE SUA HISTÓRIA


Nota de Falecimento: Daniel Inouye (07/09/1924 - 17/12/2012)/BLOG SALA DE GUERRA

Faleceu no dia 17 deste mês em Bethesda, Maryland, EUA, de falência respiratória aos 88 anos de idade, o ganhador da Medalha de Honra do Congresso, Capitão Daniel Ken "Dan" Inouye.

Nascido em Honolulu, no Havaí, filho de pais japoneses imigrantes, Inouye era voluntário da Cruz Vermelha em Pearl Harbor quando os japoneses atacaram o porto em 7 de dezembro de 1941 - ele tinha 17 anos. Após auxiliar as vítimas do ataque, Inouye e sua família foram presos pelo governo dos EUA, que os considerava "elementos perigosos".

Em 1943, Washington liberou o alistamento de nipo-americanos nas Forças Armadas, e imediatamente Inouye voluntariou-se para compor o 442º Time Regimental de Combate, a unidade nissei do Exército dos EUA. Chegando a Sargento antes mesmo de embarcar para o front, ele recebeu o comando de um pelotão. Desembarcando na Itália em maio de 1944, o regimento combateu de Roma até o rio Arno. Em setembro, os japoneses foram embarcados para a França, e enviados para o front das Montanhas Vosges. Foi lá que foram empregados na terceira tentativa de resgate do 1º Batalhão do 141º Regimento de Infantaria - o "Batalhão Perdido", que havia sido cercado pelos alemães nas montanhas. Ao liderar um ataque durante este sangrento combate, Inouye foi baleado no peito logo acima do coração, mas o projétil foi parado por duas moedas de prata que ele levava no bolso (e que se tornaram seus "amuletos de sorte" posteriormente). Por suas ações no resgate do batalhão, ele foi promovido a 2º Tenente.

Em 23 de março de 1945 o regimento foi novamente transportado para a Itália, desta vez chegando à Linha Gótica e sendo anexado à 92ª Divisão de Infantaria "Buffalo". Operando no setor costeiro da Ligúria em 21 de abril, Inouye liderou um ataque a uma fortificada posição alemã em San Terenzo. Ao tentar flanquear a posição, seu pelotão entrou na zona de fogo de três ninhos de metralhadora alemães a apenas 40 metros de distância. Ao ordenar que seus homens se abaixassem, Inouye foi atingido no abdômen, mas ignorou o grave ferimento e avançou sozinho contra o primeiro ninho, lançando granadas de mão e disparando sua submetralhadora Thompson. Destruindo a posição, ele chamou seus homens para um ataque à segunda metralhadora, que foi destruída logo antes dele ir ao chão devido à perda de sangue.

Enquanto outros soldados atraíam o fogo da terceira metralhadora, Inoyue arrastou-se pelo chão até chegar a 10 metros da arma. Ele então levantou-se e ergueu o braço direito para lançar sua última granada, quando um soldado alemão na casamata disparou, ceifando-lhe o braço na altura do cotovelo. Caindo completamente tomado pela dor lancinante, Inouye viu soldados vindo em seu auxílio e gritou para que se mantivessem longe, pois havia visto seu braço no chão ainda segurando a granada armada. Com a mão esquerda, ele tomou a granada de seu braço cortado no chão e, enquanto os alemães remuniciavam, atirou-a na casamata. Num último esforço supremo, Inouye levantou-se e foi em direção à posição inimiga disparando sua Thompson com o braço esquerdo, eliminando todos os alemães. Caindo inconsciente, Inouye foi então transportado para um hospital de campo.

Por esta ação, digna do mais alto reconhecimento, Inouye recebeu a segunda mais alta condecoração americana, a Distinguished Service Cross - sendo vítima do racismo velado que permeava as Forças Armadas dos EUA na época. Promovido a Capitão, ele permaneceu em serviço até 1947, quando passou para a reserva.

Voltando para o Havaí, Inouye formou-se em Direito e foi eleito para a Câmara dos Representantes dos EUA em 1959. Em 1962, foi eleito Senador pela primeira vez, sendo o primeiro nipo-americano a fazer parte da casa. Desde então, Inouye foi reeleito ininterruptamente para representar o Havaí em Washington.

Na década de 1990, o Pentágono reavaliou registros de combate de veteranos asiáticos e negros, para corrigir erros históricos motivados pelo racismo. Sendo assim, 21 veteranos nipo-americanos tiveram seus registros reconhecidos como aptos para a maior condecoração norte-americana por bravura. Em cerimônia na Casa Branca em 21 de junho de 2000, o Presidente Bill Clinton condecorou o Senador Daniel Inouye com a Medalha de Honra do Congresso, reconhecendo seus feitos heroicos em San Terenzo.

Sendo o senador com mais tempo de casa, Inouye era também o 3º na linha de sucessão presidencial. Ele deixa esposa e um filho.
Daniel Inouye com John Kennedy na Casa Branca, abril de 1962
Bill Clinton condecora Inouye com a Medalha de Honra, 21 de junho de 2000.
Senador Daniel Inouye.

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