9 de ago. de 2014

SUPERLUA VAI ILUMINAR O CÉU NO DOMINGO


No Brasil, o melhor horário para observar o fenômeno será assim que a Lua nascer no dia 10 de agosto, por volta das 18 horas

Cristo Redentor durante o fenômeno superlua, no Rio de Janeiro - AFP/VEJA

Uma superlua, nome dado a um fenômeno em que a Lua aparece maior e mais brilhante no céu, poderá ser vista neste domingo. No Brasil, o melhor horário para observá-la será assim que o satélite nascer no dia 10 de agosto, por volta das 18 horas, na direção leste.

A superlua acontece quando o perigeu lunar, ponto da órbita no qual o satélite está o mais próximo possível da Terra, coincide com o ápice da Lua cheia. O fenômeno deste domingo é considerado especial porque a diferença de tempo entre esses dois pontos (o de menor distância em relação à Terra e o máximo da fase cheia) será de menos de 30 minutos, o que significa que vão ocorrer de forma quase simultânea. "Essa diferença de meia hora vai se repetir apenas em 25 de novembro de 2034", afirma Gustavo Amaral Lanfranchi, coordenador do curso de Mestrado em Astrofísica da Universidade Cruzeiro do Sul. Nas outras duas superluas deste ano, uma em julho e outra em setembro, a período foi de, respectivamente, 21 e 22 horas. 

Maior e mais brilhante — No domingo, a Lua ficará a 356.896 quilômetros da Terra, enquanto a distância média é de aproximadamente de 380.000 quilômetros. A expectativa é que o satélite aparente estar 14% maior e 30% mais brilhante que em uma lua cheia convencional. O ápice da superlua vai ser às 15h09 (em Brasília), quanto a Lua ainda não pode ser vista no Brasil, mas o efeito permanecerá durante a noite.

A recomendação é observar o satélite no início da noite, para aproveitar uma "ilusão de ótica" que a faz parecer maior. "Quando observamos a Lua na linha do horizonte ela costuma parecer maior, porque temos pontos de referência, como árvores e prédios, que criam uma escala de comparação", explica Rundsthen Vasques de Nader, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e astrônomo do Observatório do Valongo, na UFRJ. Para a próxima superlua, em 9 de setembro, o ponto máximo está previsto para as 22h38, no horário de Brasília.

Previsão do tempo — As condições climáticas para a observação do fenômeno estarão favoráveis no domingo para a maior parte do Brasil. De acordo com César Soares, meteorologista da Climatempo, o tempo estará aberto na região Centro-Oeste e na maior parte do Norte. No Sul, no Rio Grande do Sul e na região serrana de Santa Catarina pode haver dificuldade, em virtude de uma frente fria que deve causar a aparição de nuvens no céu. Na região Sudeste, a frente fria prejudica a faixa entre o sul do Espírito Santo e o norte do Rio de Janeiro e, no Nordeste, do litoral de Alagoas até o leste de Pernambuco o vento úmido vindo do mar pode provocar chuvas durante a noite do domingo. 

Os principais eventos astronômicos de 2014

Um dos espetáculos mais bonitos esperados para este ano é o eclipse total da Lua, previsto para 15 de abril. A Lua vai entrar na região de sombra feita pela Terra, desaparecendo completamente do céu. O evento poderá ser observado em todo o Brasil, exceto o fim do espetáculo, quando a Lua reaparecer, pois já terá amanhecido por aqui.

O eclipse vai começar às 3h da manhã. Por volta das 4h, se inicia a fase total do eclipse, quando a Lua some atrás da sombra da Terra. Às 5h24, o satélite começa a sair da escuridão, e ressurge inteiramente às 6h33.

No dia 8 de outubro haverá outro eclipse total da Lua. Mas este terá início quando o dia estiver clareando para nós, por volta das 6 da manhã, de modo que a maior parte do território nacional não vai ver nada. Quem estiver no Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia e em parte do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará e Amapá pode conseguir observar o comecinho do evento.

Segundo Gustavo Rojas, astrofísico da Universidade Federal de São Carlos, apesar de comum, esse evento não ocorre anualmente, pois depende das configurações de ciclo da Terra, da Lua e do Sol. Em 2013, por exemplo, nenhum eclipse total lunar foi observado. Quando eles acontecem, costumam ser dois no mesmo ano.

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