11 de fev. de 2015

POLÍCIA PRENDE HOMEM COM CRM FALSO ATENDENDO EM POSTO DA PREFEITURA DE RIO BRANCO

Um médico formado na Bolívia disse que muitos jovens que se formaram naquele país entraram em depressão devido ao preconceito e a falta de apoio das autoridades brasileiras.


Enquanto o governo da petista Dilma Rousseff contrata dez mil médicos formados em Cuba, sem CRM, para receber quase 13 mil reais por mês trabalhando em diversas regiões do país, jovens acreanos e de outros estados brasileiros formados na Bolívia e em outros países da América Latina, vêm sendo caçados como bandidos por estarem atuando sem o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM).
No final do ano passado, dois jovens foram presos no município de Bujari acusados de praticarem a medicina sem o tão sonhado CRM. Poucos dias depois foram libertados.
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Vilela foi preso na tarde desta segunda/Fotos: Selmo Melo/ContilNet Notícias

Desta vez o jovem Renato Vilella, foi preso pela Polícia Civil do Acre quando atendia um paciente em um posto de Saúde do bairro São Francisco.
A polícia não informou se o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT), estava ciente da situação profissional do médico quando o contratou para prestar serviço à postos de saúde da prefeitura.
A prisão de Vilela, ocorrida nesta terça-feira (10) revoltou moradores e servidores do posto localizado no São Francisco, de onde ele foi levado para a Delegacia de Flagrantes.
De acordo com o delegado Tiago Fernandes, o jovem médico vinha prestando serviços no Acre com um CRM falso, do estado de Minas Gerais.
“Vamos apurar se tem formação na área ou se é um charlatão”, disse o delegado.
De acordo com informação de amigos de Vilela, ele é formado em medicina na Bolívia, mas isso não foi confirmado pela polícia.
A via crucis dos acreanos na Bolívia
Na Bolívia existe hoje cerca de sete mil acreanos fazendo faculdade de medicina. Cada um deles gasta em média dois mil reais por mês para garantir o curso, que tem duração de seis anos. Mas muitos sobrevivem com bem menos, morando em ‘muquinfos’ e se alimentando mal para poder pagar a mensalidade escolar.
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Delegado Tiago Fernandes, um dos mais atuantes do Acre

Muitos dos jovens que estudam medicina na Bolívia são filhos de acreanos pertencentes à classe média e classe média alta. Alguns filhos de deputados e empresários estudam naquele país, mas a grande maioria são filhos de servidores públicos ou pequenos comerciantes, que trabalham bastante para poder garantir o dinheiro da mensalidade escolar, alimentação e aluguel.
“Fico revoltada com a perseguição e o preconceito que algumas pessoas têm com os médicos que estudam ou que se formaram na Bolívia. Aqui mesmo no Acre podemos destacar médicos excelentes como o doutor Carlos Emílio, Hiotoro Suzuki, doutora Olga e outros que só engrandecem o quadro dos profissionais de medicina do nosso estado”, diz a comerciante Olinda Matos da Silva, 52 anos.
Um médico formado na Bolívia que não quis se identificar, disse que muitos jovens que se formaram naquele país entraram em depressão devido ao preconceito e a falta de apoio das autoridades brasileiras para que eles possam legalizar sues registros no Brasil.
Durante a eleição passadas, políticos do governo e da oposição se reuniram com estudantes acreanos que fazem faculdade na Bolívia e prometeram atuar junto ao Ministério da Educação – governo federal -para ajudar na regularização de suas documentações. Passadas as eleições todos sumiram e os estudantes continuam a mercê da própria sorte.
Há menos de seis meses foi criada uma associação para atuar em defesa dos brasileiros que estudam na Bolívia, mas até agora não se viu muita coisa – ou nada – por parte das pessoas que comandam esta entidade.
Quanto ao delegado Tiago Fernandes, um dos mais atuantes do estado, ao prender o jovem Vilela, apenas cumpriu as leis que são feitas - criadas - pelos mesmos políticos - da situação e da oposição - que se dizem defensores desses milhares de jovens que sonham, junto com suas famílias, se formar em medicina.

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