21 de jul. de 2015

FRACASSA ACORDO DE DILMA E MINORU DE MANTER ORÇAMENTO E UFAC TERÁ MAIOR CORTE DA HISTÓRIA


Para Comando de greve, instituição gasta mais pintando árvores do que com pesquisas

Assem Neto - O reitor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Minoru Kinpara, admitiu ter combinado com a presidente Dilma Roussef que, em troca de seu apoio à então candidata à reeleição, o orçamento da instituição não seria penalizado. O acordo não foi cumprido pela presidente. Nesta segunda-feira (20), em comunicado oficial, em Brasília, perante autoridades do Ministério da Educação (MEC), Kinpara irá anunciar cortes, que, somados, podem chegam a 60% nas rubricas de custeio e investimentos. Os valores não foram revelados.
Ufac passará por cortes no orçamento para 2016

Professores e técnicos administrativos, que estão em greve desde o último dia 29, através da Adufac (Associação dos Docentes da Ufac), acusam um atrelamento indisfarçável da administração superior da universidade com o ajuste fiscal, conjunto de medidas para cortar despesas do governo e elevar a arrecadação pelo aumento de impostos e outras receitas.

"Ajuste fiscal é problema do governo. O Minoro articulou o apoio a Dilma, com outros 52 chefes da universidades do país. Parte desses reitores está dizendo que foi lesada e repudia publicamente os cortes. Queremos que ele diga que é absolutamente contra os cortes. Ele foi eleito com a bandeira de manter e ampliar os interesses da instituição. O orçamento da Ufac sofre contingenciamento desde janeiro e não é discutido internamente. Tudo é feito sem critério. Se gasta mais pintando árvore do que com pesquisas. Chega de se encantar com a beleza do campus. É o ditado popular: por fora bela viola; por dentro, pão borulento. Nossos laboratórios estão inconclusos. Obras iniciadas não são terminadas. Professores reclamam que para fazer pesquisas precisam tirar dinheiro do bolso. Hoje, muitos admitem que fizeram uma escolha errada quando optaram pelo magistério. Não temos uma gestão comprometida, infelizmente", criticou o professor João Lima, vice-presidente da Adufac e membro do comando de greve.

Reitor se defende

"Todos sabem do momento difícil por que passa o país. Penalizar a ensino não é uma boa ideia, mas infelizmente o MInistério da Educação foi atingido com o contingenciamento também", argumenta o reitor, alvo de duras críticas. Ele não tem esperanças a dar aos grevistas.

"Aquilo (o encontro com a Dilma) foi um apoio meu como cidadão. Não envolvi a instituição", disse Kinpara (). O compromisso do professor com a presidente se deu em uma conversa reservada, em evento da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), em Brasília, quando Minoro já havia tomado posse como reitor e Dilma ainda costurava alianças para bater o tucano Aécio Neves (PSDB).

Veja o vídeo


"É vergonha depois de 5 anos de arrocho o governo acenar com uma proposta absurda. Só aceitam conceder 20% de reajuste nos próximos 4 anos. Nós exigimos 27% só para repor as perdas, já em 2016. A Ufac ta cheia de professor substituto. Isso compromete  o desenvolvimento acadêmico. Não se fala em contratação de docentes efetivos. É um erro grave", conclui João Lima.

Outras reivindicações incluem a estruturação da carreira docente com valorização salarial; valorização salarial dos ativos e aposentados; melhoria das condições de trabalho no interior das instituições; e ainda a defesa da autonomia da universidade.

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