26 de nov. de 2015

CONTRABANDISTAS TENTAM VENDER MATERIAL NUCLEAR AO EI (ISIS)


Criminoso ofereceu a suposto jihadista césio radioativo suficiente para contaminar quarteirões; até suposto funcionário de agência russa é implicado

Polícia na Moldávia prende criminoso que negociava venda de material nuclear - AP


CHISINAU, MoldaviaGrupos de contrabandistas, supostamente ligados à Rússia, estão operando um próspero mercado negro de materiais nucleares na Europa Oriental, muitas vezes com o objetivo de vender para extremistas islâmicos no Oriente Médio, incluindo o Estado islâmico. Autoridades que trabalham com o FBI disseram ter interrompido quatro tentativas de negociação das substâncias radioativos na Moldávia, informou a AP.


O caso mais recente ocorreu em fevereiro, quando um criminoso ofereceu uma quantidade de césio radioativo suficiente para contaminar vários quarteirões, e estava procurando especificamente um comprador do EI.

O contrabandista, identificado como Valentin Grossu, tentou negociar o produto em troca de US$ 2.8 milhões (aproximadamente R$ 10.8 milhões), segundo a investigação. Ele pensava estar lidando com um representante do grupo jihadista, mas era um informante.

— Você pode fazer uma bomba, o que seria perfeito para o Estado islâmico — disse o criminoso no encontro em uma boate na capital moldava — Se você tem uma conexão com eles (os extremistas), o negócio vai ocorrer sem problemas.

Depois de 20 encontros, Grossu foi convencido de que o informante era representante do EI e os dois se encontraram para fechar o negócio, mas o criminoso terminou na cadeia.

Investigador examina material
de césio após prisão em Chisinau - AP
FUNCIONÁRIO DA FSB

O caso mais grave foi em 2011, quando um homem que pregava ódio contra os Estados Unidos tentaram vender uma bomba de urânio para um comprador sudanês. A AP mostrou que as negociações também envolveram supostos funcionários da FSB (antiga KGB), a principal agência de inteligência russa.

Em 2011, uma investigação começou a seguir os passos de um russo chamado Alexandr Agheenco, quem as autoridades disseram acreditar que seja da agência. Ele é conhecido nos círculos em que frequenta como "Coronel".

Teodor Chetrus, intermediário de Agheenco e ex-informante da KGB, foi ouvido pelas autoridades negociando urânio com um sudanês. O membro do grupo de Agheenco foi ouvido dizendo claramente que queria que a bomba fosse levada para extremistas islâmicos, porque tinha certeza de que "ela seria utilizada contra americanos".

Não é só ele que tem como alvo o Ocidente. A AP constatou através de escutas telefônicas, vídeos das prisões, imagens dos materiais nucleares, documentos e entrevistas que muito dos compradores são inimigos de potências ocidentais. Essa conclusão mostra um cenário temido de que grupos com o EI e a al-Qaeda podem estar se equipando com armas de destruição em massa.

As operações envolveram uma parceria entre o FBI e um pequeno grupo de investigadores da Moldávia e duraram mais de cinco anos. Nela, informantes e policiais se passaram por gangsters para penetrar nas redes de contrabando, usando equipamentos de alta tecnologia para detectar materiais radioativos e gravadores. Mas o sucesso da ação foi prejudicado pelas dificuldade em manter os criminosos presos, com alguns deles voltando rapidamente ao mercado negro.

— Os EUA estão comprometido em contrapor a ameaça do tráfico nuclear, e garantir que nenhum grupo terrorista conseguirá materiais para fazê-lo — alertou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

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