2 de fev. de 2016

MEDALHISTAS OLÍMPICAS, VELEJADORAS BRITÂNICAS SÃO ASSALTADAS NO ATERRO DO FLAMENGO POR DOIS HOMENS


Ladrões levaram tudo, até roupas de lycra usadas nos treinos. Ataque foi na manhã de quarta-feira

  
Saskia Clark (esq.) e Hannah Mills (dir.), velejadoras britânicas, foram assaltadas no Aterro do Flamengo - Reprodução

Antônio Werneck - A Polícia Civil do Rio confirmou na tarde desta quinta-feira que está investigando o assalto sofrido pelas velejadoras britânicas Hannah Mills e Saskia Clark, na manhã de quarta-feira. A dupla, que ganhou medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, foi rendida no Aterro do Flamengo por pelo menos dois homens armados com facas. Elas, que estão no Rio para treinamento por duas semanas, visando às Olimpíadas do Rio em 2016, foram abordadas quando voltaram a pé do treino para o hotel. Os criminosos levaram tudo o que as atletas tinham.

As velejadores, que competem na classe 470, usaram as redes sociais para comentar o caso de violência: "Voltamos para o hotel tremendo, mas estamos bem". Em outro comentário, falaram que os bandidos estavam armados: "Nossa maravilhosa caminhada de volta do clube para o hotel ficou muito ruim depois que dois caras com facas correram para cima de nós, nos empurraram e levaram tudo o que tínhamos". A dupla criticou o fato de os ladrões terem levado até as roupas de treino: "Além dos objetos de valor que foram levados, o que mais nos irrita é que levaram até as roupas de lycra que usamos para velejar... Inacreditável!".

Mills, de 26 anos, e Clark, de 35, ficaram com a medalha de bronze no Mundial de vela de Santander, na Espanha, no começo do ano, resultado que as classificou para a prova de 470 na Rio 2016.

Hannah Mills (esq.) e Saskia Clark (dir) durante a regata internacional que aconteceu no Rio, em agosto - Alexandre Cassiano / Agência O Globo

Em nota enviada ao GLOBO, a Polícia Civil informou que, de acordo com a Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat), foi feito um registro de roubo e as vítimas prestaram depoimento. Agentes estão nas ruas realizando diligências em busca de imagens de câmeras de segurança e testemunhas. “As investigações estão em andamento”, afirma, em nota.

O Aterro do Flamengo, onde as velejadoras foram roubadas, é desde o ano passado Área de Proteção ao Ciclista de Competição (APCC). Isso significa que, de segunda a quinta, entre 4h e 6h, ciclistas têm proteção de guardas de trânsito e policiamento reforçado. Mesmo assim, segundo Raphael Pazos, presidente da Comissão de Segurança ao Ciclista do Rio, os assaltos são constantes.

— É uma situação que não é mais apenas de segurança pública, já que os assaltos estão sendo praticados por menores infratores. Há rondas de policiais militares em bicicletas, mas nem isso tem inibido a ação dos ladrões — afirmou Raphael.

Dono de cinco medalhas olímpicas, o velejador brasileiro Torben Grael, criticou a Polícia do Rio que somente agora, depois do assalto, é que decidiu investigar:

— Agora que as meninas foram assaltadas é que a Polícia anuncia que vai investigar. Conheço bem o local onde elas foram atacadas. Já passei inúmeras vezes. É um ponto tradicional de consumidores de crack. Todo mundo sabe. Não pode ter crack ali — afirmou Torben.

O velejador recordistas de vitórias na vela, tanto em competições nacionais como internacionais, Torben Grael lembrou que o número de atletas internacionais treinando no Rio vai crescer muito em 2015 quando começam os eventos testes para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

— A imagem do Rio perde com uma notícia dessas. Um assalto assim nunca vai ajudar. É realmente muito desagradável, principalmente quando a Polícia tinha tudo para evitar. E não ficar esperando acontecer, fazendo vista grossa — disse Torben.

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