19 de fev. de 2019

EUA desenvolvem planos de contingência para ação militar na Venezuela


Resgate de pessoal diplomático e intervenção na distribuição de ajuda são cogitados


Em meio ao impasse que domina a política venezuelana, oficiais do Comando Sul, o comando regional do EUA que coordena operações na América Latina, têm preparado planos para uma série de possíveis ações militares na Venezuela, informaram funcionários ao New York Times.

Tais ações incluiriam a retirada de diplomatas da capital Caracas, um reforço da segurança na embaixada e a implementação do plano para a distribuição de ajuda no país, que até agora tem sido bloqueada pelo governo de Nicolás Maduro. No mês passado, depois que Maduro rompeu relações diplomáticas com Washington, o Departamento de Estado ordenou a retirada da maior parte do pessoal diplomático no país, mas os EUA mantiveram um pequeno número de funcionários em Caracas.

— Estamos preparados para proteger vidas americanas e as instalações diplomáticas na Venezuela — afirmou o almirante Craig Fuller, chefe do Comando Sul, durante visita ao Brasil na semana passada. — Há uma série de opções na mesa.

Recentemente, o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, foi fotografado com um bloco no qual havia escrito “5 mil soldados para a Colômbia”. Questionada sobre a frase, a Casa Branca voltou a afirmar que “todas as opções estavam na mesa”.

Três aviões militares americanos chegaram no sábado à cidade colombiana de Cúcuta, onde estão armazenados remédios e alimentos desde 7 de fevereiro, perto da ponte limítrofe Tienditas, bloqueada por militares venezuelanos.

Rebecca Chávez, que atuou como vice-secretária-assistente de Defesa para o Hemisfério Ocidental durante o governo de Barack Obama, afirmou ao New York Times ser “muito provável” que as Forças Armadas americanas se envolvam na crise venezuelana com a escalada da disputa entre o presidente Nicolás Maduro e o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que se proclamou presidente interino e foi reconhecido por 49 países.

A eleição de governos de direita nos países sul-americanos torna esse cenário mais provável do que no passado, mas, até o momento, Brasil e Colômbia demonstram preocupações com a possibilidade de intervenção armada dos Estados Unidos na Venezuela.

— Qualquer intervenção militar unilateral seria um erro enorme — diz Rebecca, acrescentando que ações externas das Forças Armadas americanas devem ser feitas em conjunto com uma coalizão de países.

FONTE: O Globo e New York Times

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Atenção:
Comentários ofensivos a mim ou qualquer outra pessoa não serão aceitos.