16 de mai. de 2019

Mergulho inédito até ao ponto mais fundo dos oceanos encontrou plástico


Uma das imagens captadas pelo submersível de espécies marinhas THE FIVE DEEPS EXPEDITION

Foi uma vitória com sabor amargo: um explorador norte-americano quebrou o recorde de mergulho mais profundo, no fundo da fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, mas Victor Vescovo encontrou resíduos de plástico.

O explorador desceu quase 11 quilômetros a bordo do submersível DSV Limiting Factor até chegar ao local mais profundo de todos os oceanos. Passou cerca de quatro horas a explorar a parte inferior da fossa no seu submarino construído para suportar a pressão daquele lugar inóspito. No fundo do oceano, Vescovo encontrou o que já esperava e algo que o surpreendeu: várias espécies de criaturas marinhas que só habitam águas mais profundas e um saco de plástico cheio de pequenas embalagens de rebuçados (também eles de plástico).

Esta é a terceira vez que o ser humano consegue alcançar as profundezas do Oceano Pacífico, observar o ambiente e voltar para contar a história. A 23 de Janeiro de 1960, um tenente da Marinha dos Estados Unidos da América, Don Walsh, e um engenheiro suíço, Jacques Piccard, foram os primeiros homens a descer até esta região.

Em 2012, o realizador dos filmes Titanic e Avatar, James Cameron, regressou, são e salvo, de uma viagem a solo à fossa das Marianas. Cameron, explorador da National Geographic, tornou-se no primeiro homem a viajar sozinho a uma zona tão profunda dos oceanos, ao viajar no seu submarino verde florescente Challenger Deep.

Imagem do submersível na fossa das Marianas The Five Deeps Expedition

A descida realizada pelo explorador norte-americano chegou aos 10.927 metros abaixo da linha do mar, 11 metros a mais do que o último mergulho, o que faz de Victor Vescovo o novo recordista do mergulho mais profundo de sempre.

Segundo a BBC, no total, Vescovo e sua equipa realizaram cinco mergulhos no fundo da fossa durante toda a expedição. Também foram usados alguns módulos para explorar algumas partes inacessíveis e remotas da região.

“Indescritível”
Ao canal britânico, o explorador refere que o sentimento de alcançar tal feito, para si e para toda a equipa envolvida, é “indescritível”. “Este submarino e sua nave-mãe, juntamente com a equipe de expedição extraordinariamente talentosa, levaram a tecnologia marinha a um nível ridiculamente superior, mergulhando, rápida e repetidamente, na área mais profunda e mais dura do oceano”, diz.

O explorador acredita ter descoberto quatro novas espécies de crustáceos semelhantes aos camarões, chamados amphipoda, bem como alguns vermes marinhos, a 7000 metros abaixo do nível da água do mar, e um peixe cor-de-rosa, a 8000 metros de profundidade.

A equipe também descobriu formações rochosas coloridas e recolheu amostras de pedras do fundo da fossa das Marianas. O próximo passo para os cientistas da expedição, escreve a BBC, será testar as criaturas marinhas recolhidas para perceber se há indícios de microplásticos nos seus sistemas.

O mergulho recorde faz parte da expedição Five Deeps, uma tentativa por parte de várias equipas de explorar os pontos mais profundos em cada um dos cinco oceanos do nosso planeta.

Fonte: Publico.pt

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