19 de nov. de 2019

Lava Jato: Ex-presidente paraguaio Horacio Cartes é alvo de mandado de prisão


É suspeito de ajudar Dario Messer
Teria ajudado doleiro a fugir do país

Horacio Cartes (esq.) e Dario Messer (dir) em viagem oficial do presidente paraguaio a IsraelReprodução/Facebook

O ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes é alvo de mandado de prisão preventiva em desdobramento da operação Lava Jato nesta 3ª feira (19.nov.2019). A decisão é do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal fluminense.

A suspeita é que ele tenha ajudado Dario Messer a fugir do Brasil. Messer, apontado pela PF como o maior doleiro do país, é investigado desde os anos 1980 por envolvimento em diversos escândalos nacionais.

A operação desta 3ª foi batizada de Patrón. É 1 desdobramento da Câmbio, Desligo.

Dario era próximo do ex-presidente paraguaio . De acordo com o jornal ABC Color, em reportagem publicada em junho de 2017, o doleiro era tido “como 1 irmão para Cartes.” Quando teve a prisão decretada no Brasil, ele fugiu para o Paraguai e teria tido apoio de pessoas ligadas à Cartes.

A investigação identificou cerca de US$ 20 milhões ocultados, sendo mais de US$ 17 milhões em 1 banco nas Bahamas. O restante foi pulverizado no Paraguai entre doleiros, casas de câmbio, empresários, políticos e uma advogada.

A ação da PF visa cumprir 37 mandados judiciais Armação dos Búzios (RJ), em São Paulo (SP) e em Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai. Eis os mandados que estão sendo cumpridos:

16 mandados de prisão preventiva
3 mandados de prisão temporária
18 mandados de busca e apreensão

Aproximadamente 100 policiais federais participam da ação em parceria com o MPF (Ministério Público Federal) e a Receita Federal.

QUEM É DARIO MESSER
O doleiro foi investigado, assim como seu pai, Mordko Messer.

Segundo a PF e o MPF, de 1998 a 2003, Messer teria enviado irregularmente ao exterior pelo menos US$ 1,6 bilhão. Teria ainda lavado dinheiro para o PT e também em esquemas do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB).

No episódio do mensalão, em 2005, o doleiro Antonio Oliveira Claramunt, mais conhecido como Toninho da Barcelona, disse que Messer recebia dólares do PT em uma offshore no Panamá e entregava ao partido o valor correspondente em reais no Banco Rural.

No caso SwissLeaks, acervo de dados do HSBC suíço, vazado em 2008 por 1 ex-funcionário do banco, seu nome também é citado.

Pelas apurações da operação Câmbio Desligo, Messer usava 2 sistemas informatizados que ajudaram a controlar mais de 3.000 offshores espalhadas por pelo menos 52 paraísos fiscais.

A “Câmbio, Desligo” tem como base a delação do doleiro Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony. Eles foram presos em 3 de março de 2017 no Uruguai. Intermediavam operações dólar-cabo para os irmãos Renato e Marcelo Hasson Chebar, de acordo com a PF.

De acordo com o MP, Messer recebia 60% dos lucros das operações de câmbio, pois era o responsável por aportar recursos e dar lastro às operações. Dono de casas de câmbio, era ele quem dava respaldo às operações com seu nome e ficava responsável pela captação de clientes.

*Este texto está sendo atualizado.

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