“Ó puto não, não reajas!”

Vítor Mota João e António estão ainda incrédulos com o assalto que viveram
27 Fevereiro 2009 - 00h30
Seixal: Encapuzados assaltam café e agridem sobrinho do proprietário

ESSA UNIFICAÇÃO DAS LINGUAS PORTUGUESAS AINDA VAI DAR MUITO O QUE FALAR. Eu só estava esperando um exemplo, ai está; vale lembrar que lá é um termo do cotidiano.
Abaixo trecho de uma matéria do correio da manhã - Jornal Português

"Ó puto não, não reajas!", ainda lhe gritou o tio, proprietário da pastelaria Santa Isabel, em Corroios, Seixal, depois de ver o rapaz de 19 anos envolver-se à pancada com um dos dois perigosos assaltantes. João, o "puto", só viu um homem encapuzado aproximar-se da caixa registadora e revolveu interpelá-lo pois "pensava tratar-se de mais uma brincadeira de Carnaval", justifica o mesmo ao Correio da Manhã.

João reagiu agredindo ainda o assaltante porque "do sítio onde estava, atrás do balcão, não via o homem que ficou à entrada empunhando a caçadeira", acrescenta.
Aberta desde 1976, nunca esta pastelaria, situada na Quinta de S. Nicolau, tinha sido assaltada.
"É uma casa familiar", conta António Gomes, cliente assíduo que anteontem à noite assistia à derrota do Sporting quando os dois homens encapuzados entraram no estabelecimento. Um deles estava armado. "Tinha uma shot-gun", recorda António. E já conheciam a casa, pois enquanto um – o que tinha a arma – ficou de guarda à porta, o outro dirigiu-se à caixa.
"Por azar, o sistema de videovigilância não estava ligado", adianta João, contando que o encapuzado que o esmurrou no nariz obrigou depois o tio a abrir a caixa registadora.
"Só lá tinha 50 euros e ele, como achou pouco, ainda pediu a carteira ao meu tio. Depois apalpou-o e encontrou-lhe num bolso das calças 400 e tal euros, dinheiro que era para pagar o arranjo do carro". Na posse das notas, os dois assaltantes deixaram as vítimas para trás e fugiram num Rover cinzento, onde já os aguardava dois cúmplices.
Sofia Rêgo