14 de nov. de 2010

EMBRAER VAI FORNECER AVIÕES MILITARES PARA A INDONÉSIA


Empresa venderá oito modelos Super Tucano para a Força Aérea do país; contrato é estimado em US$ 100 milhões

Roberto Godoy

A Embraer venceu a concorrência internacional aberta pela força aérea da Indonésia para fornecimento de oito aviões de ataque leve e treinamento avançado. O modelo escolhido é o turboélice Emb-314 Super Tucano. O valor do contrato, estimado em cerca de US$ 100 milhões, envolve os recursos de apoio de solo, amplo pacote logístico, documentação técnica e treinamento. O anúncio foi feito ontem pelo vice-presidente para o mercado de Defesa, Orlando Ferreira Neto.

Os aviões brasileiros vão substituir os velhos OV-10 Bronco, americanos. O Super Tucano era o favorito desde o início do processo, que envolveu outros dois modelos: a nova versão OV-10X, da Boeing, apresentada apenas em papel, e o Pilatus, suíço, que, por orientação do governo, não pode ser vendido na configuração armada para o uso de nações emergentes.

O ministro da Defesa indonésio, Purnomo Yusgiantoro, disse, ao apresentar o programa de reequipamento das forças armadas, que a aviação militar quer o Super Tucano para missões de patrulha armada e ataque leve na região das províncias do oeste, Papua principalmente. Ali, grupos tribais rebeldes estão recebendo equipamentos e instrução de guerrilha, provavelmente de ex-militantes radicais do movimento Fretilin, desarticulado depois da independência do Timor, em 2002.

As aeronaves da Embraer entrarão no lugar do OV-10, bimotor dos anos 60 usado em várias partes do mundo. A Indonésia recebeu 12 deles no início dos anos 70 - desse lote, apenas dois estão em condições de uso.

O Emb-314 é empregado pelas forças de outros cinco países - Brasil, Colômbia, Chile, República Dominicana e Equador. Um dos 170 aviões já vendidos é operado pela empresa Blackwater, prestadora de serviços militares terceirizados. A frota combinada soma 100 mil horas de voo.

De briga. O avião foi projetado para tarefas pesadas, desenvolvido para atacar em meio à selva, cumprir patrulha de até sete horas de duração e treinamento de pilotos de combate. É um projeto engenhoso: incorpora tecnologia digital, por meio de um painel eletrônico de telas múltiplas, tudo igual ao de um caça pesado, porém, a baixo preço, cerca de US$ 9 milhões cada, pronto para entrar em ação. O Emb-314 leva até 1,5 tonelada de bombas, mísseis e foguetes, mais duas metralhadoras de 12,7mm ou .50. Voa a 560 km/hora. A Força Aérea Brasileira dispõe de 99 unidades.
  O batismo de fogo do Super Tucano foi em abril de 2008: um esquadrão da Força Aérea da Colômbia atacou com bombas inteligentes um acampamento de guerrilheiros das FARC que havia sido montado em território do Equador.

Defesanet

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