11 de jul. de 2012

SUPER TUCANO MIRA MERCADO DE 300 AVIÕES

Foto: Poder Aéreo
Acordo com a Boeing vai consolidar a presença da Embraer num mercado mundial estimado em US$ 3,5 bilhões até 2020

ROBERTO GODOY - O Estado de S.Paulo - O mercado internacional para o Super Tucano, uma classe de caças leves, dedicados ao ataque ao solo, à patrulha armada e à vigilância - além do apoio aproximado à tropa e o treinamento avançado, é estimado em US$ 3,5 bilhões cerca de 300 aeronaves. A pesquisa de demanda foi divulgada há dois anos mas se mantém.

Segundo Luiz Carlos Aguiar, o presidente da Embraer Defesa e Segurança (EDS), "o Super Tucano entra nessa disputa como favorito". Ontem, no Salão de Farnborough, nos arredores de Londres, a Embraer e a aviação militar da Indonésia anunciaram um contrato para o fornecimento de oito turboélices. A força aérea já havia comprado um lote do mesmo tamanho, em 2010, no valor estimado de US$ 100 milhões. 
O novo negócio é maior. Cobre um simulador para instrução de pilotos e recursos logísticos para toda a frota. Em Jacarta, o Ministério da Defesa emitiu nota informando que o avião será empregado "em missões de controle das fronteiras, contra insurgência, e interceptação aérea". 
O A-29 é utilizado por sete nações - Brasil, Colômbia, Equador, Chile, Indonésia, República Dominicana, Burkina Fasso e Estados Unidos, onde voa o único exemplar operado por uma companhia privada. Há negócios em andamento na Guatemala, no Peru e em Angola. A empresa admite manter discussões no Oriente Médio, na África e na Ásia.

Diferencial. A semana tem sido boa para a EDS. Na segunda-feira foi revelado o acordo de cooperação firmado entre a Embraer e a Boeing Defense, para integração de sofisticados sistemas de armas no A-29. Ontem, além da formalização do contrato indonésio, circulou a notícia da venda do controle da Hawker-Beechcraft para a desconhecida Super Aviation Beijing, da China, O valor da aquisição é de US$ 1,8 bilhão. Um executivo da corporação, Qian Chunyan, anunciou a oferta que não inclui a divisão de aeronaves militares. A exclusividade da oferta vale por 45 dias. 
A Hawker, faz parte do complexo Goldman Sachs & Onex e está sob regime de recuperação judicial, um meio de evitar a falência. 
A unidade de produtos de Defesa é a concorrente da Embraer na escolha do LAS, para fornecimento de 20 aviões de apoio leve e ataque ao solo que a administração americana comprará, pagando US$ 599 milhões, e entregará ao Afeganistão, que está estruturando uma nova aviação. 
É apenas uma parte da transação. O plano do Pentágono é expandir o processo para qualquer coisa como 100 a 120 unidades. A fatura seria de US$ 900 milhões, podendo chegar a US$ 1,2 bilhão, conforme as especificações, dos turboélices e do pacote de peças, componentes e recursos tecnológicos de combate de precisão. 
Serão fatores diferenciais, itens como a possibilidade de incorporar ao seu extenso conjunto, também bombas mais leves e de pequeno diâmetro, dirigidas até seus alvos por guiagem inercial, GPS ou luz laser. 
Esses tópicos fazem parte do esquema de cooperação com os americanos da Boeing Defense e são válidos ainda para outras operações além da LAS.

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