Do UOL, em São Paulo - A inflação oficial mensal é a maior desde janeiro de 2005 e a maior para os meses de janeiro desde 2003, colocando mais pressão sobre o governo em meio aos esforços para estimular a economia.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,86% em janeiro, ante alta de 0,79% em dezembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com isso, a inflação em 12 meses deve atingiu 6,15%, o maior nível em um ano e próximo do teto da meta do governo, que é de 6,5%.
Apesar do desempenho frustrante da economia nos últimos dois anos, a inflação tem se tornado uma das principais preocupações de investidores e economistas.
O Banco Central, que reduziu os juros à mínima recorde de 7,25% para estimular a economia, tem sido cada vez mais criticado por prometer juros estáveis por um período prolongado mesmo com o aumento dos preços ao consumidor.
As expectativas de inflação já estão acima do centro da meta do governo até 2017, segundo a pesquisa Focus do Banco Central.
Autoridades afirmam que a inflação deve desacelerar ao longo do ano com o corte das tarifas de energia e a manutenção de uma taxa de câmbio mais estável. Os dados de janeiro, porém, não devem passar muita confiança ao mercado.
"A inflação de serviços está num patamar elevado há alguns anos, entre 7 e 8 (por cento). Isso não deve mudar muito, a não ser que seja para pior", disse Priscila Godoy, economista da Rosenberg & Associados. "É uma inflação muito mais preocupante do que um choque do preço de alimentos."
O governo, que já reduziu tarifas de energia e que no ano passado diminuiu impostos de automóveis e eletrônicos, estuda desonerar a cesta básica, de acordo com a presidente Dilma Rousseff.
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