Já chegou ao presidente mundial da Fifa, Joseph Blatter, uma proposta da Inglaterra: se o Brasil não tiver condições de garantir a segurança da Copa do Mundo de 2014, os ingleses, que se candidataram à Copa de 2018 e perderam para a Rússia, se oferecem como o "Plano B"; risco é real e pode atingir até a Copa das Confederações; isso prova que o que está em jogo, nos dias de hoje, é muito mais grave do que as tarifas de ônibus; fracasso brasileiro, a essa altura do campeonato, depois de mais de R$ 30 bilhões investidos, teria consequências devastadoras no mundo político; Dilma tem de agir
247 - A Fifa, comandada por Joseph Blatter, tem uma carta na manga, caso o Brasil se mostre incapaz de garantir padrões mínimos de segurança para as seleções internacionais e seus torcedores. A Inglaterra, que tentou ser sede da Copa de 2018, e perdeu a disputa para a Rússia, se ofereceu como "plano B" para o Mundial de 2014. A proposta foi feita a Blatter, que, dias atrás, antes de sair prematuramente do Brasil, antes do fim da Copa das Confederações, lembrou que não foi a Fifa quem pediu ao Brasil para realizar a Copa – mas exatamente o contrário.
As imagens de violência e depredação de espaços públicos que se espalham pelo mundo, com ataques a prefeituras, ao Congresso, ao Itamaraty e cerco até ao Palácio do Planalto, correm o mundo, sinalizando um poder acuado e incapaz de responder aos desafios do momento – numa primeira reação, a presidente Dilma Rousseff convocou, para as 9h desta sexta-feira, uma reunião de emergência com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
A proposta da Inglaterra, que é tratada confidencialmente, pode ganhar força se novas cenas de violência comprometerem o sucesso da Copa das Confederações. Até agora, já houve vários incidentes, como a tentativa de cerco ao Castelão, em Fortaleza, onde o Brasil enfrentou o México, os furtos à seleção espanhola, no hotel do Recife, e a depredação de um ônibus da seleção brasileira, em Salvador, ontem à noite. A situação é tão grave que a Fifa já ameaçou suspender a etapa final da Copa das Confederações.
Perder a Copa, no entanto, depois de gastos de R$ 30 bilhões gastos na construção das arenas e em outros investimentos para o torneio, teria impacto devastador no mundo político. Seria uma demonstração de fracasso coletivo do Brasil como nação. Mais grave ainda seria a transferência para a Inglaterra, cuja imprensa tem feito campanha sistemática contra a condução da política econômica no País.
O risco é real. E cabe à presidente Dilma evitar que se materialize.
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