PEDRO SOARES - Em mais um sinal de que uma retomada mais firme da indústria ficou para trás e concentrada no segundo trimestre o emprego na indústria caiu 0,2% de junho para julho, na taxa livre de influências sazonais (típicas de cada período). Trata-se do terceiro resultado negativo nessa base de comparação, acumulando nesse período uma perda de 0,7%. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (11).
Emprego na indústria tem terceira queda seguida em julho, diz IBGE
A retração foi generalizada, e atingiu 12 dos 14 locais e 12 dos 18 setores investigados pelo IBGE.
Em termos regionais, o principal impacto negativo ocorreu na região Nordeste (-4,3%), Bahia (-7,4%), Rio Grande do Sul (-2,1%) e Pernambuco (-5,3%). Santa Catarina, com avanço de 1,3% em julho de 2013, apontou a contribuição positiva mais relevante sobre o emprego industrial do país.
Por setor, calçados e couro (-5,5%), produtos de metal (-3,5%), máquinas e equipamentos (-2,5%), outros produtos da indústria de transformação (-3,6%), produtos têxteis (-3,4%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-2,5%) tiveram as maiores baixas. Já os principais impactos positivos ocorreram em alimentos e bebidas (1,8%), borracha e plástico (3,4%) e meios de transporte (1,5%).
PIORA
O quadro piora diante da ausência de perspectivas de melhora nos próximos meses, segundo analistas. Em julho, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, já descontadas as influências sazonais, teve recuo 0,3% ante junho, na terceira taxa negativa consecutiva, acumulando nesse período perda de 1,5%.
Tal queda foi a mais intensa desde maio de 2012 (-0,9%). O indicador sinaliza maior ritmo de produção e indica futuras contratações. Primeiro, empresários aumentam as horas extras e só quando sentem uma recuperação mais firme abrem novas vagas.
Em relação a julho de 2012, o número de horas pagas caiu 0,8%, o segundo resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação e o maior desde março último (-1,4%). As taxas foram negativas em 11 dos 14 locais e em 11 dos 18 ramos pesquisados. Já a renda, que era o único indicador que vinha melhor no mercado de trabalho da indústria, mostra desaceleração.
De junho para julho, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores caiu 0,4%. Na comparação com julho de o rendimento cresceu 3,4% em julho de 2013, 43ª taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação, com resultados positivos em 12 dos 14 locais investigados. A maior influência positiva foi verificada em São, com alta de 3,3%.
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