Da redação de ac24horas.com - A jornalista Ana Cristina Silveira publicou em seu perfil no Facebook, no início da tarde desta segunda-feira (14), o drama vivido por uma amiga ao retornar de ônibus da cidade Cruzeiro do Sul. A reportagem entrou em contato por telefone com a amiga da jornalista, que confirmou toda a história, mas pediu para não ser identifica por ser funcionária publica.
De acordo com relatos, a viagem teve início as 19hs de sexta-feira (12), com a saída do ônibus da empresa Amazon Acre do terminal rodoviário de Cruzeiro do Sul. Passava da meia noite quando o coletivo chegou a um dos trechos problemáticos da BR-364, após a cidade de Feijó. Devido a uma forte chuva vários caminhões apresentavam dificuldades para atravessar o trecho de lama e ficaram parados na estrada, impossibilitando a passagem de vários ônibus que seguiam viagem do Juruá para Rio Branco.
Os passageiros foram obrigados a dormir no ônibus e esperar amanhecer o dia para seguir viagem. A noite foi um verdadeiro terror, segundo a denunciante.
“O que acontece é que nós acreanos aguentamos tudo calado. Quando fui comprar minha passagem a funcionária da empresa garantiu que não haveria problema com a viagem, já que os ônibus da Amazon Acre eram trucados, novos e confortáveis e não teria a possibilidade de ficarmos parados na estrada, mas para minha surpresa aconteceu tudo ao contrário, foram mais de 20 horas de viagem, uma noite terrível dentro de um ônibus, muito calor, várias crianças, algumas de colo, não havia água suficiente para todos, um terror mesmo”, relata a denunciante.
De acordo com as informações repassadas a reportagem a viagem só prosseguiu às 10 horas de sábado, depois que um trator começou a puxar os caminhões e realizar o serviço de raspagem da lama do trecho.
Em um ato, que de acordo com a mulher que estava no coletivo, irresponsável o motorista resolveu seguir viagem quase provocando uma tragédia, já que o ônibus começou a deslizar para um barranco muito alto.
“O pior só não aconteceu graças a Deus e depois graças aos homens que estava ajudando a empurrar os caminhões que correram e impediram que o ônibus deslizasse totalmente para o abismo. O pior de tudo foi o motorista vendo que o ônibus poderia cair causar uma tragédia não abriu a porta para descermos. Pensei que não veria mais meu filho”, disse.
A denunciante disse ainda que está revoltada e sentindo-se enganada pelas propagandas governamentais veiculadas na mídia oficial.
“O que se ver são propagandas de uma bela estrada, com asfalto bonitinho, mas a realidade não é bem essa, são buracos e alguns trechos bem problemáticos, como este onde tivemos que passar a noite parados. É um trecho pequeno, mas que pode acontecer muita coisa. Os oitenta reais que algumas pessoas pagam para fazer esta viagem é equivalente aos R$ 800 que outros têm condições de pagar em avião”, protestou a passageira.
Ana Silveira, que deu repercussão aos relatos da amiga, finaliza o post dizendo: “Que esta história, devidamente registrada por alguns passageiros, não fique apenas como ‘mais uma’ e sirva de alerta às autoridades, empresas de ônibus e população, que vale mais a vida dos passageiros que o valor pago pela passagem”.
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