O tumulto tomou conta das ruas da Barra, no Rio de Janeiro. Manifestantes deixaram rastro de destruição e polícia age com tiros de bala de borracha e bombas
Diego Amorim
Manifestantes feridos são socorridos; mascarados depredam a cidade e polícia revida com bombas e spray de pimenta: tumulto e quebra-quebra (Christophe Simon/AFP e Ricardo Moraes /Reuters)
CORREIO BRAZILIENSE - A manhã desta segunda-feira (21/10) foi marcada por tumultos e protestos no Rio de Janeiro, por conta do leilão no Campo de Libra, previsto para ocorrer nesta tarde. Um grupo de manifestantes ocupou, por volta das 10h, a região perto da Avenida Lúcio Costa na Barra da Tijuca - onde está o Hotel Windsor, local de realização do certame - e sob gritos de ordem, pedem a anulação do leilão. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas.
O protesto foi então tomado por vários atos de agressões. Alguns manifestantes, entre eles, pessoas mascaradas, atearam fogo em lixeiras e na grama, destruíram carros e jogaram pedras nos policiais. O Corpo de Bombeiros foi acionado e a Tropa de Choque tenta controlar a situação com uso de força.
Daniel Correa, 32 anos: 'vim defender o país e levei bala' (Diego Amorim/CB/D.A Press)
O manifestante Daniel Correa, 32 anos, que chegou ao Rio hoje, em um ônibus com outros 48 manifestantes de Brasília, ficou ferido após um disparo com bala de borracha no peito. "Vim defender o país e levei bala", lamentou. Até mesmo os moradores da Barra discutem nas ruas, uns apoiando o protesto, outros defendendo a ação policial. Indignada, uma moradora diz: "cada bomba dessa é um dinheiro nosso que vai".
A operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) segue até a meia-noite de hoje. Os militares estão equipados com escudos e fortemente armados. Além das tropas federais do Exército, barcos da Marinha e helicópteros reforçam a segurança. O efetivo total é de 1,1 mil pessoas.
Força policial montou duas barreiras para conter manifestantes (Diego Amorim/CB/D.A Press)
A Avenida Lúcio Costa foi interditada. Moradores e trabalhadores que não estão cadastrados são impedidos de acessar a região. Algumas pessoas, mesmo sabendo do leilão, ficaram surpresas com o rigor para liberar a passagem pelo local. Quem não conseguiu passar pela avenida, começou a dar a volta pela areia da praia, mas logo o exército percebeu a movimentação e fez outra barreira.
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