10 de out. de 2014

BRASIL NÃO INFORMOU SOBRE CASO SUSPEITO DE EBOLA, DIZ OMS



Regulamento internacional da entidade afirma que a comunicação deve ser feita em até 24 horas



O governo brasileiro até o meio-dia do horário europeu desta sexta-feira ainda não notificou a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o caso suspeito de ebola, o primeiro registrado em território nacional. A entidade indicou, em declarações ao jornal O Estado de S. Paulo, que está sabendo da suspeita apenas por meio de 'artigos de imprensa'. "Por enquanto, não houve qualquer tipo de informação oficial para a OMS vinda das autoridades brasileiras sobre o caso suspeito de ebola", declarou Fadela Chaib, porta-voz da entidade em Genebra. Segundo ela, cerca de 50 casos suspeitos e rumores são monitorados diariamente pela OMS em Genebra.

Nesta quinta-feira, a Secretaria Estadual do Paraná informou oficialmente ao Ministério da Saúde que investiga o primeiro caso suspeito de ebola no País. O paciente veio de Conacri, capital da Guiné, e fez escala no Marrocos. O homem de 47 anos, Souleymane Bah, deu entrada às 16 horas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasília II, em Cascavel, e foi transferido nesta madrugada para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro. Chaib, porém, confirmou que por enquanto o governo não passou a informação nem para a OMS e nem para a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). "Não temos nada registrado e nem na Opas", completou.

Pelos regulamentos internacionais da OMS, "cada país deve notificar, pelos meios mais eficientes de comunicação, pelo ponto focal nacional, dentro de 24 horas, todos os eventos que possam constituir uma emergência de saúde pública de preocupação internacional dentro de seu território, assim como medidas de saúde em resposta a esses eventos".

O vírus ebola foi descoberto em 1976 a partir de diagnósticos simultâneos na República Democrática do Congo e no Sudão, na África. Ele provoca uma grave doença conhecida como febre hemorrágica ebola, que pode afetar seres humanos e primatas, como macacos e chimpanzés. O surto de ebola pode chegar a provocar a morte de 90% das pessoas infectadas. Atualmente, não existe vacina e nem cura para a doença.

(Com Estadão Conteúdo)

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