O setor público brasileiro registrou déficit primário recorde de 25,491 bilhões de reais em setembro, empurrando a conta para a vermelho também no acumulado do ano e que já levou o governo a admitir que vai reduzir a meta deste ano, afetada pela fraca economia.
Em 12 meses até setembro, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 0,61 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta setxa-feira, muito aquém do objetivo estipulado para este ano --de 99 bilhões de reais, equivalente a 1,9 por cento do PIB.
O resultado do mês passado foi muito pior que o esperado por analistas consultados pela Reuters, cuja mediana apontava saldo negativo de 12,25 bilhões de reais.
De janeiro a setembro, o resultado primário do setor público consolidado --governo central, Estados, municípios e estatais-- ficou negativo em 15,286 bilhões de reais, o primeiro na série histórica do BC, iniciada em 2002.
O governo tem dado sinais de que vai mudar a condução da economia no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, na direção que mais agrada ao mercado. Um sinal foi dado nesta semana, com o BC elevando a Selic de surpresa alegando que os riscos para a inflação estão maiores.
Grande parte das expectativas dos agentes econômicos se volta agora para mudanças também na política fiscal, muito criticada pelas manobras usadas nos últimos anos.
Em setembro, o mau resultado veio do governo central, com déficit primário de 20,995 bilhões de reais. Mais cedo, o Tesouro informou que isso ocorreu por maiores gastos com o 13º salário de aposentados e pensionistas, além de menores receitas.
Diante disso, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, já admitiu que terá de reduzir a meta de superávit primário deste ano.
O BC informou ainda que os governos regionais registraram déficit primário de 3,061 bilhões de reais em setembro, enquanto que as estatais, de 1,435 bilhão de reais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Atenção:
Comentários ofensivos a mim ou qualquer outra pessoa não serão aceitos.