Reportagem exclusiva do analista de Defesa colombiano Erich Saumeth Cadavid revelou hoje, no site de notícias Infodefensa.com, que, na semana passada, a indústria americana enviou via aérea à Colômbia dois lotes de mísseis destinados ao Exército e à Infantaria de Marinha daquele país.
Por Roberto Lopes - Foram 60 novos mísseis antiaéreos Raytheon FIM-92A Stinger RMP-Block II, de ombro, aptos a alcançar alvos voando a distâncias de até 8.000 metros, e 100 mísseis antitanques do tipo BGM-71E-TOW-2A, acompanhados de 50 estojos lançadores, capazes de impactar alvos afastados até 3.750 m do ponto de lançamento.
Além dessas armas os militares colombianos estão aguardando um lote de mísseis antitanque RDS Spike MR/LR, modelo com ação de alta eficácia contra alvos a até 8.000 m de distância.
A sequência mostra um míssil Spike em seu posto de tiro (visto aqui ao ser exibido em uma feira de armamentos em Singapura), e duas imagens ilustrativas do funcionamento do míssil antiaéreo americano Stinger
O texto de Saumeth Cadavid dá a entender que os colombianos não estão interessados em esconder, ou mesmo disfarçar, o objetivo das aquisições de Stinger e de TOW. Muito pelo contrário.
A Aviação Militar Bolivariana da Venezuela possui dois esquadrões de modernos caças-bombardeiros de origem russa Sukhoi-30Mk2 – aos quais os colombianos podem contrapor apenas um pequeno número de Kfir C-10 modernizados (quatro, segundo uma informação que circulou na imprensa internacional nos últimos dias).
Além disso os venezuelanos possuem jatos subsônicos chineses K-8 Karakorum com alguma capacidade de ataque ao solo por meio de bombas e foguetes não guiados; aeronaves de qualquer forma bem mais modernas que os velhos e pouco disponíveis A-37B Dragonfly de fabricação americana da Força Aérea Colombiana (FAC).
Em terra o desequilíbrio é ainda maior.
Os colombianos não possuem carros de combate. Seu parque blindado é formado apenas por algumas dezenas de modernas viaturas americanas sobre rodas 8×8 LAV III Gladiador, para reconhecimento e transporte de tropas (algumas dotadas de postos de tiro TOW), veículos 4×4 Guardian M-1117 – de limitado valor operacional –, e os antiquados carros EE-9 Cascavel, equipados com canhão de 90 mm, fabricados no Brasil pela falida empresa paulista Engesa.
A sequência mostra o LAV III Gladiador, o mais moderno blindado do inventário colombiano
Reyes – É a segunda vez que os americanos acodem os colombianos em caráter de emergência, ante um comportamento belicoso por parte do governo de Caracas.
Em março de 2008, depois que um ataque aéreo realizado por monomotores A-29 Super Tucano da FAC matou, em território equatoriano, o líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia Édgar Devia – o Raúl Reyes –, o governo do Coronel Hugo Chaves realizou uma grande mobilização militar em suas fronteiras com a Colômbia.
Em questão de horas o governo de Bogotá anunciou que estava disponibilizando sete bases aéreas para a operação de aeronaves de combate da Força Aérea e da Guarda Nacional dos Estados Unidos. Foi o bastante para que Caracas diminuísse sensivelmente o seu palavrório intimidador…
Por essa época, analistas ocidentais classificavam a Colômbia como o terceiro país maior receptor de armas americanas em todo o mundo.
De acordo com Saumeth Cadavid, os Stinger vão proteger instalações estratégicas da infraestrutura colombiana e também prover cobertura antiaérea para frações de tropa desdobradas no terreno (fixas ou em deslocamento), em missões de vigilância e controle fronteiriço.
T-72B1 – Os TOW-2A que chegaram nas últimas horas à Colômbia serão repartidos entre unidades da força terrestre e dos fuzileiros navais locais.
Conforme o articulista colombiano enfatiza, é preciso notar que esse tipo de vetor está apto a perfurar as placas de blindagem reativa Kontakt-1, que revestem diversos modelos de blindados de origem russa como, por exemplo, o T-72B1, dotado de canhão de 125 mm – do qual o Exército venezuelano recebeu, nos últimos anos, aproximadamente 200 unidades (redenominadas de T-72B1V). Comentários adicionais são dispensáveis…
Tanques T-72B1V em Caracas; notar a blindagem reativa
O Exército colombiano já opera o TOW, mas apenas o da versão BGM-71C, de menor capacidade de penetração.
De acordo com o artigo, uma centena desses mísseis estão, nesse momento, sendo submetidos a um processo de modernização y posiblemente de aumento en sus prestaciones (“e possivelmente de aumento em seus préstimos”).
O texto de Infodefensa.com agrega a informação de que os colombianos iniciaram também um procedimento de manutenção nos seus 500 mísseis anti-tanque RADS Spike MR/LR, com alcances entre 2.500 e 4.000 m.
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