Sicomércio começa a discutir questões cruciais para o setor. A abertura dos debates contou com palestra de Marco Aurélio Mello, do STF
Marco Aurélio Mello: ‘Os empresários do comércio são artífices da riqueza nacional’ - Christina Bocayuva/CNC
A importância da participação do setor de comércio e serviços na economia brasileira — que responde por quase metade do PIB nacional — foi destacada pelo presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Antonio Oliveira Santos, na abertura do primeiro dia de debates do Congresso Nacional do Sistema Confederativo da Representação Sindical do Comércio (Sicomércio), nesta quinta-feira (29), no Rio de Janeiro.
— Estamos reunidos aqui em prol dos interesses do setor e do país, que precisa de ajuda para voltar a crescer — afirmou.
Em seguida, o presidente da CNC anunciou a palestra do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que iniciou sua apresentação exaltando a importância do setor para o Brasil.
— Os senhores são responsáveis pela circulação da riqueza nacional — disse ele ao auditório.
As crises política e econômica e a proposta de implementação de um novo imposto para ajudar a equilibrar as contas do governo — a CPMF — foram temas da palestra do ministro, que abordou diversos aspectos da sociedade e dos estados brasileiros.
— A crise do Executivo e do Legislativo retrata um impasse prejudicial à cidadania, pois inviabiliza a tomada de medidas objetivas. Vivenciamos uma era de escândalos — afirmou, acrescentando que a pobreza é enorme no território nacional.
O ministro criticou a política de benesses, das bolsas generalizadas oferecidas pelo governo federal, que deveria, a seu ver, investir na educação dos jovens. Para ele, operações como a Lava-Jato retratam uma “corrupção no atacado”.
— A operação imputa um preço muito pesado para a sociedade brasileira e atinge inclusive a área empresarial, gerando um clima de insegurança. O Brasil precisa de um banho de ética — discursou sob aplausos.
IMPORTÂNCIA DO COMÉRCIO
O ministro classificou os empresários do comércio como “artífices da riqueza nacional” e destacou que, em momento de crise, é preciso haver troca de ideias e reflexões.
— Embora otimista, não vejo com tranquilidade o horizonte futuro. O impasse político aprofunda a crise econômico-financeira e o desemprego — disse.
Também participaram dos debates da manhã do primeiro dia: o professor da Coppead/CNI Fernando Teixeira, que falou sobre ‘Rotatividade e Produtividade’; o professor José Pastore, do Departamento de Economia da USP, que abordou o tema ‘Modernização das Relações de Trabalho’; e o professor Hélio Zylberstajn, que discutiu o “Impacto do custo trabalhista na produtividade as empresas”.
O Sicomércio 2015 está sendo realizado pela CNC até amanhã (30), no hotel Windsor Barra, no Rio de Janeiro, e reúne os líderes da representação sindical dos empresários do comércio de todo o país e convidados.
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