5 de jan. de 2016

NO PRIMEIRO DIA ÚTIL DO ANO, DÓLAR VOLTA A SUPERAR OS R$4


Dados ruins da China alimentaram preocupações de investidores de todo o mundo de que o gigante asiático está em desaceleração

No fim da sessão, a moeda avançou 2,18%, a 4,0339 reais na venda,
maior cotação de fechamento desde 29 de setembro(VEJA.com/Reuters)


O dólar saltou mais de 2% e fechou primeira sessão do ano na maior cotação desde setembro após a divulgação de dados fracos da China. No fim da sessão, a moeda avançou 2,18%, a 4,03 reais na venda, maior cotação de fechamento desde 29 de setembro, quando encerrou a 4,05 reais. Na máxima da sessão, a divisa chegou a ser negociada a 4,07 reais.


"Se a China está ruim, os países que dependem da China vão no mesmo barco", resumiu o gerente de câmbio da Treviso, Reginaldo Galhardo. A China é um dos maiores parceiros comerciais do Brasil.

A atividade industrial chinesa encolheu em dezembro, com o setor lutando contra a fraca demanda. O dado pressionou o mercado acionário chinês, que acionou o "circuit breaker" (interrupção dos negócios antes do encerramento do pregão) pela primeira vez e fechou com queda de quase 7%.

"A China é um risco que vai continuar existindo porque as dúvidas sobre o desempenho da economia e sobre o câmbio ainda persistem", disse o economista da Tendências Consultoria Silvio Campos Neto.

O cenário de apreensão foi intensificado durante a tarde, com a moeda americana subindo mais de 3% depois de os preços do petróleo passarem a cair, em meio a tensões no Oriente Médio. "O dólar subiu mais nesses últimos instantes com a virada do petróleo, que passou a cair forte novamente à tarde", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.

No Brasil, o pessimismo com o cenário político ajudou a acentuar a alta, com o recesso no Congresso Nacional adiando a decisão de medidas importantes para a busca do equilíbrio fiscal do país.

Entre as medidas a serem analisadas pelo Congresso, após a volta do recesso, está a retomada da CPMF, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016 e necessária para cumprir a meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
(Com Reuters)

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