Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira - As vendas no varejo do Brasil surpreenderam e registraram a maior alta para abril em nove anos, com forte impulso dos setores de supermercados e vestuário e destacando a trajetória irregular da recuperação da economia.
As vendas subiram 1 por cento em abril na comparação com março e 1,9 por cento sobre um ano antes, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, desempenhos muito melhores do que o esperado em pesquisa da Reuters, que indicava recuo de 0,55 e 1,30 por cento, respectivamente.
O resultado mensal foi o mais forte para abril desde 2008, quando as vendas também subiram 1 por cento, e o setor quase recuperou a perda de 1,2 por cento vista em março, em número revisado pelo IBGE após informar antes perda de 1,9 por cento.
"A recuperação na confiança do consumidor, o rápido declínio nos preços dos alimentos e na inflação geral, que estão sustentando o crescimento da renda real, e a queda das taxas de juros devem começar a sustentar o consumo privado e a atividade varejista", disse em nota o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs, Alberto Ramos.
A principal influência positiva para veio das vendas no setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tem peso importante no consumo das famílias, com alta de 0,9 por cento sobre março.
"(Supermercados) refletem a inflação mais baixa, o que ajuda no poder de compra das pessoas. Tem também efeito positivo da liberação do FGTS de contas inativas, que tem impacto no consumo", explicou a coordenadora da pesquisa, Isabella Nunes.
Já as atividades de Tecidos, vestuário e calçados mostraram ganhos nas vendas mensais de 3,5 por cento, enquanto a comercialização de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação subiram 10,2 por cento.
O varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, apresentou ganho de 1,5 por cento das vendas em abril contra março,
O varejo no Brasil está inserido numa conjuntura que envolve ao mesmo tempo inflação baixa e desemprego alto, com recuperação econômica frágil.
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