Rodrigo Viga Gaier e Thais Freitas - A taxa de desemprego do Brasil recuou mais do que o esperado no trimestre até agosto e igualou a melhor marca do ano ao chegar a 12,6 por cento, porém em um resultado ainda impulsionado principalmente pelo aumento do emprego informal.
O dado informado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) marcou a quinta queda seguida na taxa, que voltou ao nível visto em janeiro.
Também ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 12,7 por cento, na mediana das previsões. Nos três meses até julho, a taxa havia sido de 12,8 por cento.
“A expectativa é ver se vamos fechar 2017 com mais emprego. Há um processo de recuperação em curso, isso está claro. Essa reação tem a ver com os sinais da economia, com a amenização da crise política, fatores que afetam a sensibilidade do apetite dos investidores”, avaliou o coordenador do IBGE Cimar Azeredo.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostra que o número de desempregados no Brasil chegou agora a 13,113 milhões, ante 13,326 milhões nos três meses até julho.
A população ocupada, por sua vez, atingiu 91,061 milhões de pessoas no período, acima dos 90,677 milhões registrados no trimestre até julho.
O resultado, entretanto, teve como pano de fundo um aumento de 5,4 por cento do emprego no setor privado sem carteira assinada em relação ao trimestre finalizado em agosto de 2016, enquanto que com carteira houve queda de 2,2 por cento.
“Quase 70 por cento dos empregos gerados agora são na informalidade. Aconteceu isso em todas as crises”, completou Azeredo.
O IBGE informou ainda que o rendimento médio real do trabalhador atingiu 2.105 reais no trimestre até agosto, sobre 2.111 reais nos três meses até julho, e 2.066 reais no mesmo período do ano anterior.
O Brasil vem engatando um processo de recuperação econômica em meio a juros e inflação baixos que ajudam no comércio. Em agosto, o país teve criação líquida de 35.457 vagas formais de emprego em agosto, segundo o Ministério do Trabalho, quinto resultado consecutivo no azul e puxado pelo setor de serviços.
Mesmo com a retomada do emprego, a informalidade lidera ante os contratos com carteira, o que indica que a confiança dos empregadores na economia ainda enfrenta um longo processo de recuperação.
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