A Folha de S. Paulo, em editorial, mostrou o vazio de Marina Silva:
“Sua entrevista ilustra à perfeição aquele velho hábito de não se comprometer com nada de palpável, repetindo rigidamente fórmulas vazias, como que memorizadas a custo, a despeito do que lhe perguntem os jornalistas.
Declara, por exemplo, não estar à esquerda nem à direita, mas ‘à frente’. Sim, pode-se aceitar a caracterização, desde que acompanhada de alguma especificidade. À frente do quê? O que pretende deixar para trás, e para onde caminha?
Sem dúvida, Marina representa expectativas de superar uma política fisiológica, fundada no aparelhamento da máquina estatal e na corrupção. Mas como irá governar, pergunta-se, sem forte base partidária no Legislativo?
Sua resposta é pouco mais do que uma fórmula verbal. Ao famigerado ‘presidencialismo de coalizão’, a candidata apresenta a alternativa de um ‘presidencialismo de proposição’ — pelo qual a sustentação parlamentar se faria em torno de iniciativas programáticas.
Quais? A candidata nada especifica. Condena a reforma trabalhista do governo Michel Temer, sem apresentar a sua. Foi ainda mais vaga no tocante a possíveis ajustes na Previdência —cuja necessidade reconhece, advertindo todavia para a conveniência de um amplo diálogo com todos os setores antes de maior definição (…).
No mais cansativo estilo do político tradicional, Marina Silva procura agradar a todos os lados. Pede votos pelo que é, foi ou será, e não pelo que pretende fazer.”
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