15 de nov. de 2018

Bolsonaro diz que dará asilo a médicos cubanos que pedirem

Presidente eleito negou, contudo, que convidará a permanecerem no Brasil os profissionais chamados de volta após fim da participação de Cuba no Mais Médicos

O presidente da República eleito, Jair Bolsonaro
 (Adriano Machado/Reuters)

João Pedroso de Campos  - O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quarta-feira, 14, que não vai convidar a permanecerem no Brasil os médicos cubanos chamados de volta por Cuba após o país caribenho decidir não cooperar mais com o programa Mais Médicos. Bolsonaro, no entanto, disse que concederia asilo aos profissionais que o pedirem a partir de janeiro, quando ele toma posse.

“Não vou convidá-los não, jamais faria um acordo com Cuba nesses termos, isso é trabalho escravo, não é nem análogo à escravidão, não poderia compactuar com isso aí”, declarou o pesselista a jornalistas após o anúncio do diplomata Ernesto Araújo como ministro das Relações Exteriores.

Indagado sobre se concederia asilo aos que pedirem, contudo, Bolsonaro disse que sim. “Se eu for presidente e o cubano quiser pedir asilo aqui, vai ter”, afirmou. “Temos que dar o asilo às pessoas que queiram, não podemos continuar ameaçando como foram ameaçados pelo governo passado”, completou.

O presidente eleito citou o caso da médica cubana Ramona Rodríguez, que em 2014 deixou a cidade de Pacajás (PA), onde atendia como credenciada no Mais Médicos, rumo a Brasília. Ela foi abrigada no gabinete do DEM na Câmara e pediu refúgio ao Brasil. Na época, o então ministro da Justiça do governo Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, afirmou que médicos que se desligassem do programa perdem o visto para permanecer no país.

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