A brasiliense e engenheira aeroespacial, Ana Paula Castro Nunes, ex-aluna da Universidade de Brasília (UnB) e mestranda em Direito Espacial na Beihang University, está recebendo o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), na campanha e projeto de pesquisa EuroMoonMars in Hi-Sea, da Agência Espacial Europeia (ESA). A missão acontece no Havaí (EUA) no período de 8 a 22 de dezembro.
Em recente estágio no Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (Unoosa), em Viena, Ana Paula foi convidada a participar da missão, e futuramente poderá ser a mais nova astronauta brasileira. A estudante irá trabalhar na missão como engenharia de habitat.
A equipe viajou para a Holanda no dia 5 de dezembro para participar de workshops e treinamentos e no momento encontra-se no Havaí (EUA), onde está sendo realizada a última etapa do treinamento de uma missão lunar simulada.
Os objetivos da missão incluem, mas não se limitam, a experiências na área de utilização de recursos in situ (ISRU), exploração e habitação de tubos de lava e impressão 3D no local de ferramentas de engenharia e habitação. A campanha também se concentra no estudo dos fatores psicológicos e sociais da habitação restrita. Em várias atividades extra-veiculares (EVAs) serão testados modelos de habitats lunares.
Importância da missão
A equipe formada por seis profissionais de várias partes do mundo – Eslováquia, Holanda, Áustria, Brasil e Alemanha – utiliza o habitat localizado no vulcão de Mauna Loa, na Grande Ilha do Havaí, a aproximadamente 2.500 metros acima do nível do mar. As condições nesse ambiente são bastantes similares ao planeta Marte e à Lua.
Desde 2013, várias missões da NASA e da ESA estudaram fatores humanos e realizaram pesquisas científicas para apoiar a ciência espacial. As missões envolvem uma tripulação de até seis astronautas que vivem sob condições lunares ou marcianas simuladas por vários meses.
A missão para a qual Ana Paula foi selecionada é a segunda campanha do projeto EuroMoonMars in Hi-Sea, da Agência Espacial Europeia, local onde alguns astronautas da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), também treinam para suas missões.
Participação feminina
“A partir de minha experiência pretendo mostrar e incentivar os estudantes e jovens profissionais no setor aeroespacial do Brasil que é possível participar de iniciativas como essa, além de servir de exemplo para que eles se envolvam e tenham interesse em fazer parte de grandes projetos na área espacial”, destacou Ana Paula.
Com uma tripulação totalmente feminina, o EMMIHS-II também é um projeto emblemático para mulheres nas áreas de ciência e tecnologia. “Acredito que essa experiência contribui e reforça a participação e sucesso das mulheres no campo científico. Outro recente marco foi a caminhada espacial feminina. Apesar das conquistas, temos um longo caminho a percorrer, acredito que com educação e maior representatividade das mulheres na ciência vamos ver cada vez mais mulheres atuando e liderando missões científicas como essa”, ressaltou.
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