Foto do Conde de Mota Maia com D.Pedro II
Monarquistas Brazil - O Dr. Cláudio Velho da Mota Maia foi um importante médico brasileiro, Barão, Visconde e Conde de Mota Maia. Nasceu em Itaguaí, no Município do Rio de Janeiro, em 14 de abril de 1843, filho de Manuel Domingos Maia e D. Maria Isabel Velho da Motta Maia.
Estudou no Colégio Pedro II e graduou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1866, apresentando a tese de doutoramento sobre o tema “Ovariotomia em geral”, com as proposições “Distinção entre a morte real e aparente”, “Da anestesia cirúrgica”, e “Febre intermitente biliosa dos países intertropicais”.
Após a conclusão de seu curso, iniciou sua clínica domiciliar nas adjacências da Rua da Misericórdia, manifestando desde cedo seu espírito altruísta, pois atendia, sem perceber qualquer remuneração, com o maior carinho, os que não podiam pagar.
Neste sentido, é interessante lembrar que por ocasião de uma terrível epidemia que se abateu sobre o Rio de Janeiro, foi grande a sua dedicação no combate ao contágio da moléstia. Sua atuação no combate à doença foi tão expressiva que os moradores da Freguesia de São José lhe ofereceram, em sinal de gratidão, um retrato a óleo em tamanho natural, pintado por Poluceno, bem como uma série de litografias também com o seu retrato, acompanhadas de extensa dedicatória.
Foi Lente Substituto da Seção de Ciências Cirúrgicas, Professor de Medicina Operatória, de Anatomia Topográfica, Operações e Aparelhos e Chefe do Gabinete de Ciências Anátomo Patológicas na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e Professor de Anatomia e Fisiologia na Academia de Belas Artes.
Em 1868, o Imperador D. Pedro II concedeu-lhe o foro de Fidalgo Cavaleiro e logo em seguida promoveu-o a "Moço Fidalgo com exercício na Casa Imperial".
Recebeu do Governo Imperial, em 1875, uma bolsa na Faculdade de Medicina de Paris, tendo estudado no “Collège de France” com o Professor Raunier, um dos maiores especialistas em Histologia, tornando-se um profundo conhecedor do assunto.
Foi um dos encarregados da reforma do ensino de Medicina, em 1878, que adotou o modelo germânico em substituição ao francês, propondo o ensino prático e livre, favorecendo o ensino farmacêutico.
Em 1880, foi nomeado médico da Casa Imperial. Foi amigo pessoal de D. Pedro II, a quem, após a Proclamação da República, acompanhou no exílio até a morte do imperador, em Paris. Mota Maia foi um dos três médicos que assinaram o Atestado de Óbito do Imperador D. Pedro II, juntamente com Charles Bouchard (considerado o maior patologista de Paris) e Jean-Martin Charcot (professor de Freud, quando este foi completar seus estudos em Paris no hospital da Salpetrière, em 1885). O original do Atestado de Óbito encontra-se em perfeito estado nos arquivos da ANM.
Agraciado Barão em 6 de fevereiro de 1886, Visconde, em 20 de junho de 1887 e Conde em 8 de agosto de 1888, era comendador da Imperial Ordem de Cristo.
Os documentos por ele reunidos estão hoje no Museu Imperial em Petrópolis, sob o título de Coleção Mota Maia.
É Patrono da Cadeira 22 da Academia Nacional de Medicina.
Dentre suas obras mais famosas estão: “Tratamento cirúrgico do estrangulamento intestinal interno” (1871), "Note sur la structure et la signification morphologique des glandes estomacales de la cistule" (1876), "Breves apontamentos para o estudo do ensino médico em Paris" (1876), "Contribuição para o estudo dos progressos da Histologia na França" (1877), "Estudo sobre o ensino médico na Áustria e Alemanha" (1877) e "Memória histórica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, relativa ao ano letivo de 1878" (1878).
Faleceu em Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais, no dia 7 de novembro de 1897.
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