13 de set. de 2020

Após Arábia Saudita, Bahrein abre o espaço aéreo para voos israelenses



Carlos Roman - Assim como os Emirados Árabes Unidos fizeram há um mês, o Bahrein também concordou em normalizar as relações com Israel, em um acordo mediado pelos Estados Unidos que os líderes palestinos denunciaram como “outra facada traiçoeira”.

O acordo foi celebrado por Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, em um post no no Twitter na sexta-feira (11), após conversar com o rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa. Mais tarde, Trump compartilhou uma carta assinada pelos Estados Unidos, Bahrein e Israel.

Na declaração conjunta, os países disseram que “a abertura de diálogo direto e laços entre essas duas sociedades dinâmicas e economias avançadas permitirá a transformação positiva do Oriente Médio e aumentará a estabilidade, segurança e prosperidade na região”. Assim como o acordo dos Emirados Árabes Unidos, o acordo Bahrein-Israel normalizará as relações diplomáticas, comerciais, de segurança e outras entre os dois países.

Ato contínuo, o Bahrein, assim como a Arábia Saudita, suspendeu a proibição de voos israelenses usando seu espaço aéreo, facilitando ligações diretas entre os dois países, bem como o sobrevoo, outrora proibido.

Acordo com Marrocos
Outro acordo pode estar nascendo entre árabes e israelenses, dessa vez envolvendo o Marrocos. Hoje, os dois países não têm relações formais, mas turistas israelenses têm permissão para entrar no país. No entanto, isso pode mudar em breve, caso os esforços do governo Trump frutifiquem e os dois venham a apertas as mãos. Dentre os objetivos do acordo os países listam a abertura de voos diretos entre Tel Aviv e Rabat.

Segundo o Jerusalem Post, cerca de 3.000 judeus vivem no Marrocos, uma fração do número de antes da criação de Israel em 1948, mas ainda é a maior comunidade israelense no mundo árabe. A reportagem também diz que Washington continua pressionando para que Omã e Sudão criem laços diplomáticos com Israel, como parte de um esforço para obter o maior número possível de realizações no cenário global antes das eleições de 3 de novembro.

No mês passado, o primeiro-ministro marroquino, Saad-Eddine El Othmani, disse que Rabat não normalizaria as relações com Israel. Mas, dias depois, ele pareceu reverter essas declarações, dizendo que seus comentários em oposição aos laços mais fortes foram feitos em sua capacidade de líder do partido islâmico, não como primeiro-ministro.

Em agosto, citando autoridades americanas não identificadas, a emissora pública Kan disse que o Marrocos era visto como um provável candidato para normalizar os laços, uma vez que já tinha turismo e laços comerciais com Israel. O relatório também citou a proteção do país do Norte da África a sua pequena comunidade judaica.

O estabelecimento de relações diplomáticas formais com Israel também pode melhorar as relações do Marrocos com os EUA. A reportagem afirma que, em troca do acordo, Rabat poderia ter o reconhecimento americano de sua soberania sobre o disputado território do Saara Ocidental, ocupado em 1975, quando a Espanha se retirou da área. Esse movimento não é amplamente reconhecido internacionalmente.

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