Em entrevista exclusiva para a equipe da TV Jornal da Cidade Online em Brasília, Tsung-che Chang, embaixador de Taiwan, fala da luta do país para continuar independente e alerta sobre o perigo que o Partido Comunista Chinês representa para o mundo.
“A China nunca abandonou o projeto de anexar Taiwan. Falamos para o mundo que esse regime não é confiável, o mundo não queria acreditar. Quem conhece melhor o regime da China é Taiwan, estamos muito perto deles. Os americanos pensaram que, através do intercâmbio com a China, poderiam mudar a China. Depois de 2000, a China conseguiu entrar no mundo dos negócios, mas é um capitalismo totalitário, porque o partido controla tudo, e isso não é um negócio justo para o mundo”, destacou o embaixador.
Em maio deste ano, a China enviou uma carta à Câmara dos Deputados, pedindo que os parlamentares não se manifestassem a favor de Taiwan. Na ocasião, a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen se reelegeu e tomou posse para o segundo mandato.
A China defende o princípio Uma Só China, ou seja, a unificação de territórios independentes. Em solidariedade a Taiwan, os internautas brasileiros subiram a #VivaTaiwan nas redes sociais.
“O Brasil conhece a Ásia como sendo só China e Japão, mas existem outros países. Quando sabem que Taiwan é um país democrático, começa essa simpatia pelo país. Para mim é um bom sinal que haja pessoas no Brasil preocupadas com a democracia, com a liberdade de expressão”, ressaltou Chang.
Portas abertas para negócios entre Brasil e Taiwan
O embaixador acenou com possibilidade de negócios entre Brasil e Taiwan, dois países que comungam dos mesmos ideais, como democracia, liberdade de expressão e de religião.
“Podemos fazer muitas coisas juntos, nas áreas de tecido, automóveis... Temos que fazer mais turismo. Quando chegam os turistas taiwaneses, eles vêm conhecer o Brasil e também procurar oportunidade de negócios”, ressaltou Chang.
O embaixador apontou que várias empresas estão deixando a China, e isso pode ser uma oportunidade para outros países.
Segundo Chang, finalmente o mundo está acordando no que diz respeito ao Partido Comunista Chinês.
“A China não vai ser a China de antigamente, tem que mudar de comportamento para conviver com o mundo, não é só fazer ameaça”, completou Chang.
Após a visita do subsecretário de assuntos econômicos dos EUA, Keith Krach a Taipé, capital de Taiwan, no dia 17/09, 18 aeronaves chinesas sobrevoaram a ilha, numa ameaça clara ao estreitamento de relações entre Taipé e Washington.
Em reposta, Taiwan também acionou seus caças na linha média do Estreito de Taiwan, onde aeronaves de combate evitam atravessar.
Confira a entrevista:
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