8 de set. de 2020

ÍNDIA: F-35 mais perto?


Giordani - Segundo o periódico The EurAsian Times, a Índia pode ser o próximo operador do F-35 e entrar de vez no reino dos caças de Quinta Geração. Se confirmado, será um péssimo negócio para os franceses que almejam vender mais Rafales à IAF.

A informação vem na esteira de que o Pentágono poderá liberar a compra do F-35A para os Emirados Árabes Unidos (EAU). Segundo relatos, o Conselheiro Sênior do Presidente dos Estados Unidos, Jared Kushner, chegou recentemente aos Emirados Árabes Unidos para finalizar os termos do contrato que forneceria um número não especificado de caças stealth para a nação do Golfo, mas antes é preciso contornar a desaprovação de alguns dos Aliados dos EUA, especialmente Israel.

A base de Al-Dhafra nos Emirados Árabes Unidos hospedou o F-35 por anos, além de aeronaves de vigilância, drones e aviões de reabastecimento. A visita da delegação dos EUA à base durante o período sugere que a venda do F-35 continua sendo uma parte importante do negócio. Uma autoridade norte-americana disse que embora o possível acordo com o F-35 não estivesse na agenda, a possibilidade não poderia ser descartada.

O acordo EUA-Emirados Árabes Unidos parece estar em andamento. As especulações são abundantes. Se a Índia, que tem relações prósperas com Donald Trump, poderia ser o próximo cliente do F-35.

A Força Aérea Indiana recebeu seus cinco primeiros caças Rafale no final de julho
Antes que a Índia finalizasse o acordo para o lote de 36 caças Rafale da francesa Dassault, os proponentes iniciais foram o F-16 da Lockheed Martin, o F/A-18E/F da Boeing, o Eurofighter Typhoon, o MiG-35 da Rússia e o Gripen da Saab. No entanto, após uma análise meticulosa das propostas, a Força Aérea Indiana (IAF) selecionou para a final o typhoon e o Rafale, sendo então declarado vencedor o jato da Dassault.

O Rafale é um jatos de combate de 4.5 geração. O aparelho francês é conhecidos por possuir a capacidade incomparável de desempenhar uma variedade de funções. A aeronave bimotora com asa canard delta é equipada com uma ampla gama de armas e possui o poder de fogo para realizar missões de superioridade aérea, interdição, reconhecimento aéreo, suporte terrestre, ataque em profundidade, ataque anti-navio e dissuasão nuclear, reforçando assim as capacidades de combate aéreo da Índia contra os vizinhos China e Paquistão.

No entanto, uma área em que o Rafale fica significativamente atrás é a tecnologia furtiva empregada pelo F-35. O caça da Lockheed usa discrição avançada com velocidade e agilidade, informações de sensor totalmente fundidas, operações habilitadas por rede e sustentação avançada que, se possuída pelos esquadrões aéreos da IAF, lhes dará habilidades superiores para superar o J-20 chinês.

Com a Índia já lutando em duas frentes com Pequim e Islamabad em cada um de seus lados e os EUA também procurando encurralar a China e apoiar seus aliados regionais, a caríssima aquisição, mas significativa do F-35, lhe dará uma presença aérea que nenhum dos dois complicados vizinhos possui.

Em 2018, houve relatos na mídia indiana sobre o interesse do país em possuir o caça stealth com a IAF pedindo à Lockheed Martin para informá-los sobre as capacidades do F-35.

“O alto comando da IAF solicitou formalmente informações a Lockheed, sobre as capacidades do sofisticado caça de quinta geração”, conforme relatado, porém as informações mais importantes só são fornecidas aos integrantes do grupo.

Com o F-35 conquistando interesse mundial devido às suas capacidades, o interesse da Índia não deveria ser uma surpresa, mas como uma nação, que tem sido uma grande cliente das armas russas, o país precisaria superar certos obstáculos se for realmente colocar as mãos num verdadeiro caça furtivo.

De acordo com  Timothy Hoyt , Co-Presidente do Grupo de Estudos Regionais do Oceano Índico do US Naval War College, o negócio não acontecerá tão cedo. “Duvido que uma compra do F-35 aconteceria em breve por uma série de razões”, disse Hoyt.

Ele também acredita que a nação do primeiro-ministro Narendra Modi terá que aumentar significativamente os gastos com defesa se quiser levantar fundos para um caça que custa de 80 a 100 milhões de dólares a unidade.

“Mesmo que a Índia prossiga com a compra, o processo de aquisição da Índia é extremamente lento”, acrescentou Hoyt.

Apesar das objeções, é difícil dizer que o governo indiano pode não acabar optando pelos jatos, ainda mais com as tensões ao longo da fronteira crescendo com a China.

Atualmente, Coréia do Sul, Japão e Cingapura são os três países asiáticos que demonstram interesse pelo F-35, com Seul procurando adquirir a variante F-35B, que têm capacidade de decolagem curta e aterrissagem vertical, compatível com um pequeno porta-aviões.

Quem não vai gostar disso são os franceses, que almejam vender pelo menos mais um lote de 36 Rafales. A ida do F-35 para a IAF pode significar o fim da linha para o poderoso gaulês.

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