Associação de Oficiais da Polícia Militar entrará com ação contra a escola da capital potiguar. Charge preconceituosa estava em avaliação do 8º ano
Paulo Briguet - Uma prova do oitavo ano do Colégio Marista em Natal (RN) causou grande polêmica nas redes sociais e dará ensejo a uma ação judicial de dano coletivo contra a escola. No exame aplicado aos alunos de ensino fundamental, três charges depreciam o trabalho da Polícia Militar e retratam os membros da corporação de maneira preconceituosa. Uma das imagens mostra um PM como porco; as outras duas induzem os alunos a ver os policiais como racistas.
A Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Rio Grande do Norte (Assofme) emitiu uma nota de repúdio ao Colégio Marista. O uso das charges em material pedagógico, segundo a entidade, configura os crimes de calúnia e difamação:
“Com grande irresponsabilidade e tendência ideológica, o referido colégio impôs aos alunos perguntas os induzindo a pensamentos que destoam, completamente, do trabalho desempenhado pelos militares.
Os operadores da segurança pública realizam fundamental trabalho em prol da sociedade, dos cidadãos e, sobretudo, em defesa da vida. A postura do Colégio Marista de Natal choca e causa extrema revolta, essa instituição vai na contramão do processo democrático do país e (pior!) distorce a honrosa e digna profissão de militar”.
Em resposta, a direção do Marista afirma que o objetivo da avaliação era tão-somente abordar o tema do comportamento humano e convivência social nos dias atuais.
“Não houve em momento algum, a intenção de desmerecer a profissão de policial, tão valorosa e importante para a nossa sociedade. Lamentamos ter causado qualquer situação constrangedora à categoria e outros”.
O assunto também repercutiu na Assembleia Legislativa. O deputado estadual Coronel Azevedo (PSC) protocolou uma moção de repúdio na mesa diretora da Casa e afirmou que o professor responsável pela prova agride a instituição da Polícia Militar:
“Esse militante disfarçado de professor, de maneira discriminatória e odiosa, agride a minha honrosa instituição, numa prova aplicada aos alunos do oitavo ano. Crianças ainda em formação de pensamento, são usadas como cobaias para atingir os nossos policiais, que têm como missão proteger a sociedade, inclusive os professores do Marista. (...) Não posso aceitar tamanha covardia. Um ato deplorável, preconceituoso e de reprovável viés ideológico esquerdista. Um ataque moral e execrável à nossa instituição quase bicentenária. O que foi feito demonstra o preconceito raivoso contra operadores de segurança pública”.
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