Sua história começa em 1875 quando a linha tronco ligava São Paulo à Sorocaba, num trajeto de pouco mais de 100km, sendo que o Km 0 era a estação São Paulo, que ficava muito próximo de onde hoje está a estação Júlio Prestes na capital Paulista.
As linhas da companhia foram se expandindo sentido interior e em 1922 a linha tronco chegou em sua última estação na cidade de Presidente Epitácio, com 903 quilômetros de trilhos até São Paulo.
Além da Linha tronco, inúmeros ramais foram criados e em 1971, a ferrovia chegou ao seu máximo, com um total de 2017 quilômetros de trilhos, incluindo ligações importantíssimas, com a cidade de Santos, num ramal que partia de Mairinque, com a cidade de Campinas, onde encontrava-se com a Cia Mogiana e com a Cia Paulista e com a cidade de Bauru, onde havia o entroncamento com a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.
Todas essas ligações permitiam que o viajante chegasse até o Uruguai, à partir de Itararé-SP, onde a sorocabana encontrava-se com a Itararé-Uruguai ou até Macchu Picchu no Perú, na mítica viagem de trem em que o viajante partia de São Paulo pela Sorocabana, trocava de trem em Bauru e seguia pela Noroeste do Brasil até Corumbá, atravessava a fronteira e cruzava a Bolívia de trem até o Lago Titicaca, cruzava o lago de barco e após um curto trecho de ônibus, pegava outro trem com destino a incrível capital do Império Inca!
Mas atualmente a realidade é bem diferente.
A Sorocabana, assim como as maioria das ferrovias paulistas foi repassada ao controle do estado em 1975 e a fusão destas ferrovias deu origem a FEPASA.
Desde então, boa parte dos ramais deixou de existir, junto com todos os trens de passageiros de longa distância do estado.
A linha que originalmente pertenceu à Sorocabana foi uma das mais afetadas, pois o traçado cheio de curvas e em bitola métrica, que era eficiente para passageiros e pequenas cargas, se mostrou bem menos eficiente para atender a demanda da logística do século 21.
Como resultado foi perdendo cargas para outros ramais ferroviários e para o transporte rodoviário, feito por caminhões.
Atualmente, o único trem regular que mantém essa ferrovia histórica ativa é o trem de celulose conhecido como Vaca Verde, que parte de Três Lagoas - MS e tem como destino o porto de Santos - SP.
Ao todo, somando ambos os sentidos, menos de 10 trens por semana circulam pela ferrovia e a concessionária já declarou o interesse de devolver o trecho para a União, que deve relicitar o mesmo.
Dizem que já há alguns interessados, mas se as propostas serão levadas adiante só o futuro poderá dizer.
Para nós, apaixonados por ferrovia, fica a torcida para que o trecho ganhe de fato um novo dono, que possa cuidar com carinho do mesmo e torne-o novamente competitivo, revivendo seus dias de glória!
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