Brasil foi o 12º país a aderir ao Programa e reitera seu compromisso em participar de um seleto grupo de países que se unem para seguir princípios, diretrizes e boas práticas para a cooperação internacional na exploração do espaço
O lançamento da Missão Artemis I foi um sucesso. Na madrugada desta quarta (16), o foguete Space Launch System (SLS) saiu da plataforma 39B do Kennedy Space Center, na Flórida, às 3h47 da manhã, no horário de Brasília. O objetivo é levar a espaçonave Orion no mais extenso voo elíptico já realizado em órbita lunar.
Esta etapa do Programa Artemis realiza o primeiro teste integrado dos sistemas de exploração do espaço profundo. A Agência Espacial Brasileira (AEB) atendeu ao convite da Agência Espacial Norte-americana (NASA) e esteve presente para testemunhar o início da missão.
“O desafio da exploração espacial é altamente complexo: o voo do SLS aconteceu depois de diversos obstáculos técnicos e, inclusive, de dois episódios de furacões na Flórida. Conforme destacou o senador Bill Nelson, administrador da NASA, esse retorno à Lua, e além, é uma empreitada internacional: são muitos os desafios e a cooperação é essencial para que a humanidade logre êxito. No SLS, o módulo de serviço foi provido pelos europeus. A bordo, cargas úteis da Alemanha, de Israel, da Itália, do Japão, da Coreia. O Brasil já trabalha no desenvolvimento de nossa primeira contribuição científica, mas as oportunidades vão muito além. Para haver bases permanentes na Lua, há necessidade de todo um conjunto de meios de sobrevivência e de apoio ao ser humano. As competências brasileiras devem se aproveitar dessas oportunidades”, disse o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura.
A Orion está planejada para viajar, aproximadamente, 40000 milhas (64.374 km) além da Lua e retornar à Terra em 25,5 dias. Esta viagem servirá para demonstrar os sistemas da espaçonave em um ambiente de voo espacial e garantir uma reentrada segura, antes da primeira missão tripulada, a Artemis II.
O Programa Artemis é uma iniciativa da NASA que, entre outros objetivos, visa a realizar uma missão tripulada à Lua e, a partir dos estudos efetuados, estabelecer uma base permanente no satélite natural da Terra, uma espécie de ponto intermediário para o acesso tripulado a outros planetas como, por exemplo, Marte.
Em 15 de junho de 2021, o Brasil tornou-se o 12º país a assinar o Acordo Artemis e o 1º na América do Sul. No início de 2022, a AEB incluiu o Artemis entre as iniciativas estruturantes do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE 2022-2031), documento que estabelece projetos e prioridades do setor espacial brasileiro, para os próximos dez anos.
O objetivo dessa inclusão é contribuir para dois objetivos estratégicos do Programa Espacial Brasileiro (PEB): fomentar o desenvolvimento científico-tecnológico e a inovação do setor espacial e consolidar de forma ativa, em todos os setores da sociedade, o entendimento sobre os benefícios diretos e indiretos, existentes e potenciais, do setor espacial para o Brasil. Atualmente, o Brasil dispõe de um Grupo de Trabalho para discutir as possibilidades de participação nas várias etapas do Artemis, conforme as estratégias e necessidades do país.
Em julho deste ano, o Brasil participou de um workshop internacional com a NASA e seus parceiros signatários do Artemis, para discutir os objetivos de alto nível do Programa. Além disso, em setembro, durante o Congresso Internacional de Astronáutica (IAC) 2022, em Paris, os signatários dos Acordos Artemis reuniram-se, pessoalmente, pela primeira vez.
Uma iniciativa como o Artemis demanda por colaborações de todos os campos de conhecimento, em adição aos que se relacionam às tecnologias estritamente espaciais. A participação do Brasil deve se apoiar nas suas melhores capacidades, de maneira ampla, inovadora e coordenada.
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