Como tenho dito sempre que surgem oportunidades, a Ministra Marina Silva, as ONGs e os governos petistas são na Amazônia uma sui generis distribuidora de cadeados, com os quais trancam as oportunidades de progresso da região. Os ingênuos acreditam na boa alma ecológica, eu prefiro acreditar, juntamente com o quatro vezes Ministro, e ex-Presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (aqui), na hipótese de que essas personalidades estão a serviço de interesses externos vendidos como cuidados com o planeta. Aliás, recentemente, o Dr. John Clauser, Nobel de Física de 2022, jogou no lixo toda a pseudociência do IPCC subjacente à crise climática de origem antropogênica (aqui) ou algo que o valha.
Quem quiser ver um pouco do significado dos cadeados em terras indígenas veja a fala espetacular da deputada indígena Silvia Waiãpi, nesta semana na CPI das ONG’s, que deixou humilhado o membro da organização CADEADO Instituto SocioAmbiental – ISA, o Sr. Márcio Santilli, que amealhou mais de meio bilhão de reais cujas finalidades, ao cabo, se esfumaçaram como todo o resto.
Ultimamente temos no Acre mais um cadeado. Há alguns meses, ganhou a mídia acreana e os debates em muitos lugares atentos ao desenvolvimento, a NEGATIVA da justiça quanto à possibilidade de estudos(!) referente a uma possível (planejada) construção de rodovia cruzando o parque nacional da serra do divisor, ligando o Brasil ao Peru (Cruzeiro do Sul-Pucallpa) em continuidade ao traçado original da BR 364.
Lembro de jornais que não perdem oportunidade para bater o bumbo para cadeados na Amazônia, noticiaram que “A Justiça Federal decidiu a favor de ONGs e associações ambientais e suspendeu as obras da estrada entre Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, a Pucallpa, no Peru. A estrada vai cortar o Parque Nacional Serra do Divisor e várias terras indígenas para ligar o Acre a Pucallpa”. Pois é isso mesmo. A instituição brasileira que conhecemos vulgarmente pelo nome de Justiça decidiu, como de costume, a favor das agências de cadeados que comandam o veto ao desenvolvimento, vale dizer ONG’s financiadas com recursos externos que, obviamente, obedecem a seus financiadores. Até a ponte em Rodrigues Alves foi no balseiro do cadeado. O gigantesco Porto de Xancay no Peru, para onde foi recentemente uma comitiva de representantes de organizações acreanas e do próprio governo, vai ter que se virar com o imenso potencial local mesmo.
No presente caso, as instituições que assinam a ação pública são a indefectível SOS Amazônia, a Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ), Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), todas velhas conhecidas, quando se trata de interpor dificuldades e obter recursos externos para suas atividades.
Nenhum dos atores é estranho. Documentos e depoimentos apurados na CPI dão pistas da origem dos recursos que utilizam para suas tão “notáveis” quanto invisíveis ações de promoção das condições de vida dos ribeirinhos e indígenas do Acre. Recentemente, mais de 30 milhões de reais foram entregues em uma bacia para líderes do círculo íntimo da ministra.
Ora, evidentemente, a turma que aceita cadeados de bom grado, MP no meio, segue um roteiro conhecido. A ideia geral é trancar as possibilidades de interação física e econômica com os países vizinhos, constituindo em toda a região um cordão de isolamento de “proteção da biodiversidade” obviamente com as mesmas repercussões do lado de lá. Os interesses vão desde a formação de estoque natural de recursos para as nações desenvolvidas de onde vem a grana dessa gente, à imobilização para eventuais aventuras separatistas sob os auspícios da ONU. Gente importante como Aldo Rebelo não descarta nada.
Seguramente os cadeados também fazem a alegria dos narcotraficantes que, mercê de governos vizinhos lenientes, senão cúmplices, infestam dia a dia as pequenas e longínquas comunidades na fronteira. Neste diapasão, o futuro mais provável é uma enorme faixa interditada ao desenvolvimento econômico dominada por narcotraficantes “ecologicamente corretos”. Para alguns, essa gente compõe um quadro de heróis bastante peculiar.
Enquanto isso, dezenas, senão centenas de milhares de brasileiros da fronteira oeste, se engalfinham na esperança de um emprego público ou morrem aos poucos com a renda básica governamental. Sem perspectivas, cria-se uma economia de inercia para a região. Não produz, não consome, não vende, apenas sobrevive. Olhei superficialmente alguns dados: Se tomarmos os três municípios centrais do extremo oeste – Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, pode-se elaborar o quadro abaixo com valores médios aproximados, sujeitos a correções em vista da data e precisão de cada.
Temos assim, segundo dados oficiais (IBGE e Fazenda Estadual) que, aliás, podem ser melhor apurados e atualizados, já que nosso intuito não foi esmiuçar as contas municipais, que boa parte das 130 mil pessoas nos três municípios vivem basicamente do Estado. Seja pelos recursos obrigatórios que os municípios recebem do Estado e da União, seja pelos recursos transferidos às famílias carentes. Para se ter uma ideia, o auxílio federal põe mais dinheiro nos municípios do que FPM e ICMS e FUNDEB somados, enquanto isso, metade da população possui renda per capita inferior a MEIO Salário Mínimo.
A população ocupada em trabalhos formais possui renda baixíssima não passando de 2 salários mínimos. Nem estou considerando os outros municípios da região, sabidamente anda mais pobres. Pois é nesta região que o acumpliciamento ongueiro/governo quer meter cadeados, trancando sempre que pode qualquer sinalização no sentido do desenvolvimento regional. E para quê?
Para serem os mocinhos da corriola de Greta Tundberg e Leonardo di Caprio, para obterem citações em alguma revista de coleguinhas dos convescotes de que participam, para receberem prêmios de compadrio que por destino certo deveriam ter o canal da maternidade onde se encontram coisas semelhantes, para fazerem upgrades em suas carreiras e tomarem assento em discussões e debates que nunca levaram a lugar nenhum além do atraso e do sofrimento do povo acreano e, obvio, para botarem a mão na grana e enriquecerem. Querem se sentir como o beautiful people “salvando o mundo”, igual àquele adolescente que ainda não se desfez do beck. O que não dirão é como dinamizar a economia do Juruá e do Acre, ou como alterar os dados do quadrinho acima e tirar aquela gente da pobreza útil. Não cansamos de ver este filme?
Valterlucio Bessa Campelo escreve às sextas-feiras no site ac24horas e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do intelectual, jornalista e escritor Percival Puggina e outros sites. Quem desejar adquirir seu livro “Desaforos e Desaforismos (politicamente incorretos)” pode fazê-lo por este LINK.
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