12 de dez. de 2023

Lula sinaliza a aliados que pode romper politicamente com Maduro se Venezuela invadir Guiana

Presidente brasileiro, segundo fontes próximas, estaria “menos cético” que o Itamaraty sobre a possibilidade de uma guerra na região


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse a aliados ouvidos pela CNN que está cada vez mais decepcionado com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e sinalizou que pode romper politicamente com o líder do país vizinho caso se confirme a invasão da região guianense de Essequibo, que corresponde a 70% do território.

Em conversas reservadas, Lula tem relembrado com saudosismo a amizade que tinha com o ex-presidente Hugo Chávez, morto em 2013, e dito que não mantém a mesma relação com o atual presidente.

O presidente brasileiro, segundo fontes próximas, estaria “menos cético” que o Itamaraty sobre a possibilidade de uma guerra na região e lamentou que Maduro tenha “explodido” o esforço brasileiro para normalizar as eleições do ano que vem na Venezuela e assim tirar o país do isolamento.

Se o presidente da Venezuela avançar com seus planos bélicos na região da Guiana, o Brasil vai responder de forma dura.

O país, no entanto, ainda aposta na via da negociação. Na terça-feira, o chanceler Mauro Vieira conversou com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, e na quarta-feira, Yvan Gil.

Hoje o Brasil conquistou o apoio do México. A secretaria de relações exteriores do México, Alicia Barcena, afirmou que seu país estava se “somando” à iniciativa de Lula para que a Celac “fomente o diálogo” entre os dois países “a fim de encontrar uma solução pacífica”.

Os recados diplomáticos brasileiros, no entanto, são todos de reprimenda à Venezuela. Na declaração de ontem do Mercosul, o bloco criticou “atitudes unilaterais”, que, na visão do Brasil, até agora, foram tomadas apenas pela Venezuela.

O trecho do documento em que ambos os países são “estimulados ao diálogo” não deve ser visto como crítica a Guiana, explicam diplomatas. Para o Brasil, os guianeses apenas buscaram apoio internacional ao recorrer aos Estados Unidos, embora o país veja com muita preocupação a presença militar americana na região.


FONTE: CNN Brasil

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