Leguminosa liderou a alta do IPCA no grupo de alimentos no mês de janeiro; nos supermercados, feijão novo extra, que virou o ano cotado a R$ 3, já é vendido a R$ 6
José Maria Tomazela, de O Estado de S. Paulo/SOROCABA (SP) - O preço do feijão carioca dobrou nos supermercados desde o início do ano e um dos produtos mais queridos no prato do brasileiro pode virar o vilão da inflação. Nas lavouras do sudoeste paulista, principal região produtora do Estado, a saca de 60 quilos passou de R$ 160 no começo de janeiro para R$ 220 nesta quarta-feira.
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Nos supermercados, o feijão novo extra, que virou o ano cotado a R$ 3, era vendido a R$ 6, alta de 100%. O feijão liderou o aumento no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no grupo de alimentos, no mês de janeiro, e deve pesar no indicador de preços deste primeiro trimestre.
De acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, os preços foram puxados pela escassez do produto. Problemas climáticos, como a seca no Nordeste e no Paraná, e o excesso de chuvas em Minas Gerais, causaram a queda na produção.
De acordo com o engenheiro agrônomo Vandir Daniel da Silva, nesta quarta-feira, a Bolsinha de São Paulo, principal entreposto de comercialização do produto, tinha registrado a entrada de apenas 20 mil sacas de feijão. "A oferta, que determina a cotação, está abaixo do normal. Para se ter uma ideia, em março do ano passado o feijão estava a R$ 80 a saca", disse.
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