2 de jul. de 2013

PRODUÇÃO INDUSTRIAL CAI 2% EM MAIO, APÓS DOIS MESES DE ALTA

Resultado veio abaixo do esperado por analistas; com a queda, o IBGE ressalta que a produção elimina parte importante do avanço de 2,6% acumulado em março e abril

Helvio Romero/ AE
IBGE atribuiu a queda
 ao aumento dos estoques
Mônica Ciarelli, da Agência Estado - RIO - A produção industrial do País caiu 2% em maio em relação a abril, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado abaixo do piso das estimativas dos analistas. Em relação a maio de 2012, a produção industrial subiu 1,4%. Nesta comparação, as estimativas variavam de 1,10% a 4,10%.

Com a retração deste mês, o IBGE ressalta que a produção elimina parte importante do avanço de 2,6% acumulado em março e abril. Em abril, a produção havia subido 1,8% e em março, 0,7%. A queda de 2% da indústria é a maior desde fevereiro deste ano, quando a produção caiu 2,3%. Com o resultado de maio, a produção ficou 3,8% abaixo do nível alcançado em maio de 2011.

Até maio, a produção da indústria acumula alta de 1,7% no ano e queda de 0,5% em 12 meses. A retração da produção industrial registrada entre abril e maio foi generalizada, atingindo 20 dos 27 ramos industriais pesquisados. A pesquisa mostra que todas as quatro categorias de uso apresentaram queda no período.

Entre os ramos pesquisados que puxaram o indicador para baixo, o destaque ficou com os itens alimentos (-4,4%), máquinas e equipamentos (-5%) e veículos automotores (-2,9%).

Aumento dos estoques. A retração em maio reverte o cenário mais favorável traçado pelo setor nos dois últimos meses. A avaliação foi feita pelo gerente da Coordenação da Indústria do IBGE, André Macedo. Segundo ele, o aumento dos estoques pode explicar essa queda mais forte do ritmo da indústria no período.

"O aumento dos estoques é o componente novo que pode explicar a intensidade da retração em maio", explicou. Segundo ele, o fato da queda ter sido generalizada entre as categorias da indústria também aponta nessa direção. Para Macedo, a indústria apresenta um comportamento mais volátil.

Apesar desse quadro mais negativo, o gerente pondera que no acumulado do ano, a pesquisa mostra que o saldo ainda é positivo, com ganho de 1,7%. Macedo lembra que a produção ainda está em um patamar mais elevado do que terminou 2012. Um resultado positivo apesar do efeito calendário, com 2013 tendo um dia útil a menos na comparação com o ano anterior.

Alta da inflação. A alta da inflação já está comprometendo a produção industrial de alimentos, segundo Macedo. "A questão do nível de preço é muito importante", afirmou. O segmento responde por 12% da produção industrial apurada pelo instituto.

Segundo ele, essa tendência pode ser explicada pelo comportamento da produção de alimentos dentro de bens de consumo semiduráveis. "O preço dos alimentos explica o resultado, mas não é o único fator. Uma parcela importante desse setor é exportado. Mas com a desaceleração da economia mundial houve uma retração", disse.

Bens de capital. A produção industrial de bens de capital caiu 3,5% na passagem de abril para maio. Em comparação com maio do ano passado, a alta foi de 12,5%. Já a categoria de bens de consumo caiu 1,8% ante o mês anterior e subiu 1,6% na comparação com maio de 2012. O resultado ficou de dentro das estimativas, que iam de alta de 1,10% a 4,10%, e abaixo da mediana, de 2,40%.

Entre os bens de consumo, os duráveis caíram 1,2% de abril para maio e subiram 4,1% em relação a igual mês do ano passado. Os semiduráveis e não duráveis caíram 1% na passagem de abril para maio e subiram 0,8% frente a maio de 2012. Os bens intermediários apresentaram uma retração de 1,1% entre abril e maio e caíram 0,6% ante igual mês do ano passado.

O IBGE revisou o resultado da produção industrial em abril, em comparação com março de 1,8% para 1,9%.

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