Marcela Ayres/Edição de Camila Moreira - O Banco Central passou a ver a inflação ainda mais abaixo do centro da meta em 2017 e 2018, caminhando ao redor deste alvo em 2019 e 2020, segundo Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, no qual voltou a indicar que vê como adequada uma redução moderada na magnitude de corte nos juros básicos.
No documento, o BC calculou alta do IPCA de 3,2 por cento em 2017 e de 4,3 por cento em 2018 pelo cenário de mercado, abaixo dos patamares de 3,3 e 4,4 por cento vistos no comunicado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início deste mês.
Neste ano e no próximo, a meta de inflação é de 4,5 por cento, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Para 2019, o BC calculou inflação de 4,2 por cento, contra meta oficial de 4,25 por cento, enxergando o IPCA em 4,1 por cento em 2020, para o qual o alvo fixado pelo governo é de 4,0 por cento. Nos dois casos, a banda de tolerância das metas também é de 1,5 ponto percentual.
As contas também consideraram o cenário de mercado apurado pela pesquisa Focus mais recente, que aponta a Selic em 7 por cento ao fim de 2017 e 2018, e em 8 por cento ao fim de 2019 e 2020.
Na prática, o BC indicou que mesmo com a taxa básica de juros caindo ao nível esperado pelo mercado, a inflação ainda ficará abaixo do centro da meta neste ano e no próximo.
No relatório, o BC também melhorou sua expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano a 0,7 por cento, contra 0,5 por cento antes, e estimou uma alta de 2,2 por cento para a atividade no ano que vem.
De modo geral, o relatório corroborou mensagem já divulgada mais cedo neste mês, quando o BC cortou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, a 8,25 por cento ao ano, e indicou a intenção de encerrar o ciclo de afrouxamento da Selic de maneira gradual.
“Para a próxima reunião, caso o cenário básico do Copom evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária”, trouxe novamente o BC.
Para tanto, ressaltou que seguirá atrelando esse processo à sua leitura sobre a economia, o balanço de riscos e a reavaliações sobre a estimativa da extensão do ciclo e sobre as projeções e expectativas de inflação.
O BC também reiterou que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.
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