Potencial de Alcântara, no Maranhão, pode ser explorado de forma semelhante ao que foi feito há 50 anos na cidade paulista
Mais uma vez, a cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo, ganhou visibilidade na revista Foreign Direct Investment Strategy. De acordo com o ranking de cidades estratégicas para receber investimento estrangeiro direto no setor aeroespacial, o polo tecnológico alcançou o 3º lugar, atrás apenas de Montreal, no Canadá, e de Toulouse, na França. O case serve como modelo para o estado do Maranhão, onde está localizado o Centro Espacial de Alcântara.
No Brasil, São José dos Campos ocupa o primeiro lugar do ranking, devido à vocação altamente tecnológica da cidade, à concentração de institutos de pesquisas e desenvolvimento, como o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), além do arranjo produtivo com empresas e indústrias do segmento aeroespacial.
O prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth, que acompanha de perto os movimentos do setor aeroespacial no Brasil e no mundo, acredita que essa publicação é um reconhecimento ao olhar voltado à ciência, à indústria e à tecnologia. “O ecossistema voltado para a indústria aeroespacial, aqui em São José dos Campos, tem crescido a cada ano, e esse resultado estimula a cidade a atrair novos investidores financeiros para se consolidar nessa posição”, destacou o prefeito.
Ramuth assistiu, em dezembro de 2019, ao lançamento do satélite CBERS 4 – criado a partir de uma parceria entre a China e o Brasil – ao lado do presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura. A AEB, autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, acredita no potencial de São José dos Campos e no quanto isso pode influenciar o Centro Espacial de Alcântara, administrado pelo DCTA, a ser um grande player no setor espacial.
Carlos Moura reforça que São José dos Campos e Alcântara são complementares, quando se trata do setor aeroespacial. É no Vale do Paraíba que se concentram as entidades pioneiras do setor no Brasil, onde são formados muitos profissionais na área aeroespacial, e também onde são realizados estudos e pesquisas para o avanço de atividades de acesso ao espaço. Essa lição pioneira rende frutos, hoje, em outras regiões do País, inclusive no nordeste.
Os sistemas espaciais são essenciais no dia a dia da população. Por esse motivo, a relação de São José dos Campos com Alcântara deve ser estreita. Os brasileiros precisam de satélites para se comunicar, ter acesso à telemedicina, à agricultura de precisão, para se valer de aplicações de mobilidade, entre outros. Para um satélite funcionar, ele precisa ser lançado e colocado em órbita; e antes disso, ele precisa ser criado.
O potencial de investimentos no Centro Espacial de Alcântara decorre da boa localização geográfica, além de outros fatores de segurança no lançamento. O município fica a pequena distância da capital, São Luís, que já possui arranjos produtivos consolidados e pode evoluir bastante com o potencial logístico para o Arco Norte brasileiro. Segundo Moura, “São José dos Campos continuará sendo um polo aeroespacial muito importante, porque são décadas de investimento que temos ali e, em São Luís e região, pode-se desenvolver um algo complementar, porém mais voltado ao segmento de transporte espacial e logística associada”, completou.
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