1 de jul. de 2020

Segmento aeroespacial proporciona atração de investimentos para São José dos Campos, em São Paulo


Potencial de Alcântara, no Maranhão, pode ser explorado de forma semelhante ao que foi feito há 50 anos na cidade paulista


Mais uma vez, a cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo, ganhou visibilidade na revista Foreign Direct Investment Strategy. De acordo com o ranking de cidades estratégicas para receber investimento estrangeiro direto no setor aeroespacial, o polo tecnológico alcançou o 3º lugar, atrás apenas de Montreal, no Canadá, e de Toulouse, na França. O case serve como modelo para o estado do Maranhão, onde está localizado o Centro Espacial de Alcântara.


No Brasil, São José dos Campos ocupa o primeiro lugar do ranking, devido à vocação altamente tecnológica da cidade, à concentração de institutos de pesquisas e desenvolvimento, como o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), além do arranjo produtivo com empresas e indústrias do segmento aeroespacial.

O prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth, que acompanha de perto os movimentos do setor aeroespacial no Brasil e no mundo, acredita que essa publicação é um reconhecimento ao olhar voltado à ciência, à indústria e à tecnologia. “O ecossistema voltado para a indústria aeroespacial, aqui em São José dos Campos, tem crescido a cada ano, e esse resultado estimula a cidade a atrair novos investidores financeiros para se consolidar nessa posição”, destacou o prefeito.

Ramuth assistiu, em dezembro de 2019, ao lançamento do satélite CBERS 4 – criado a partir de uma parceria entre a China e o Brasil – ao lado do presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura. A AEB, autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, acredita no potencial de São José dos Campos e no quanto isso pode influenciar o Centro Espacial de Alcântara, administrado pelo DCTA, a ser um grande player no setor espacial.

Carlos Moura reforça que São José dos Campos e Alcântara são complementares, quando se trata do setor aeroespacial. É no Vale do Paraíba que se concentram as entidades pioneiras do setor no Brasil, onde são formados muitos profissionais na área aeroespacial, e também onde são realizados estudos e pesquisas para o avanço de atividades de acesso ao espaço. Essa lição pioneira rende frutos, hoje, em outras regiões do País, inclusive no nordeste.

Os sistemas espaciais são essenciais no dia a dia da população. Por esse motivo, a relação de São José dos Campos com Alcântara deve ser estreita. Os brasileiros precisam de satélites para se comunicar, ter acesso à telemedicina, à agricultura de precisão, para se valer de aplicações de mobilidade, entre outros. Para um satélite funcionar, ele precisa ser lançado e colocado em órbita; e antes disso, ele precisa ser criado.

O potencial de investimentos no Centro Espacial de Alcântara decorre da boa localização geográfica, além de outros fatores de segurança no lançamento. O município fica a pequena distância da capital, São Luís, que já possui arranjos produtivos consolidados e pode evoluir bastante com o potencial logístico para o Arco Norte brasileiro. Segundo Moura, “São José dos Campos continuará sendo um polo aeroespacial muito importante, porque são décadas de investimento que temos ali e, em São Luís e região, pode-se desenvolver um algo complementar, porém mais voltado ao segmento de transporte espacial e logística associada”, completou.

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