Nascido em São Paulo no ano de 1953, morou na Universidade Federal Rural, próximo à Santa Cruz, base do Grupo. Essa não é a única coincidência entre ele e o Senta a Púa, além de nascer no ano em que o Grupo recebeu os Gloster Meteor F8, seu pai trabalhou no Instituto de Óleos, orgão do Ministério da Agricultura responsável pelo credenciamento do algodão utilizado como moeda de troca entre o Brasil e o Reino Unido para adquirir aqueles jatos.
Embora não tenha seguido carreira militar, João, filho de Veterano da Força Expedicionária Brasileira – FEB, desenvolve pesquisas na história militar e já realizou trabalhos na área de museografia para as três armas.
O projeto de contar a história do Senta a Púa depois de seu retorno da Campanha da Itália em forma de documentário começou em 2006, durante outro trabalho a convite do comando do grupo, encenar a Ópera do Danilo, tradicional evento que conta a epopeia do Ten. Danilo Moura, irmão do comandante do grupo na Itália Coronel Nero Moura. Danilo foi abatido em sua 11ª missão bem no meio do território inimigo e retornou sozinho e andando em exatos 30 dias, daí o motivo de uma homenagem de seus companheiros em forma de ópera.
Durante praticamente um ano, João redigiu o roteiro, dirigiu os ensaios e concebeu a cenografia para o palco de nada menos que o famoso Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
O contato constante entre os protagonistas ainda vivos daquele evento foi gravado em vídeo buscando preservar as memórias dos pioneiros da aviação de caça em combate na Itália.
Outros depoimentos foram sendo captados, seguindo uma linha de tempo na história do grupo.
Em 2019, João concluiu que aquele material era a base para um documentário inédito sobre a história dos Senta a Púa no Brasil. Um trailer foi divulgado sobre o documentário:
O layout do projeto foi apresentado ao comandante do grupo TCel Furlan que, além de algumas sugestões, passou a apoiar a idéia. Daí surgiu o nome GERAÇÕES que representa a evolução da tradição nascida em combate e co-responsável pela implantação do conceito de defesa aérea no Brasil pós Segunda Guerra Mundial.
Com a adesão também vibrante da Associação Brasileira de Pilotos de Caça (ABRAPC) e apoio do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) o projeto GERAÇÕES decolou para ser apresentado ao público.
PORQUE GERAÇÕES?
O 1º Grupo de Aviação de Caça é a unidade historicamente mais importante da Força Aérea Brasileira por conta de sua atuação marcante na Campanha da Itália durante a Segunda Guerra Mundial.
Embora sua história seja estudada neste segmento específico, ainda não existe de forma aparente e com acesso irrestrito ao grande público, um registro centralizado sobre as atividades e conquistas da unidade desde seu retorno ao Brasil até os dias atuais.
Nas palavras do Brigadeiro Rui Moreira Lima, piloto do grupo com 93 missões de combate na Itália, “quando a guerra terminou, ainda lá em Pisa, surgiu uma pergunta: – O que nós faremos com todo esse conhecimento adquirido em combate? Agora nós somos professores da Aviação de Caça!”.
E assim se fez, o 1º GAC formou e forma líderes até hoje.
A designação dos comandantes e pilotos para seu efetivo continua uma tradição de gerações, iniciada na Segunda Guerra Mundial, com desafios e sacrifícios reais.
Objetivando contar essa evolução por meio de uma linha de tempo estruturada com imagens e depoimentos dos seus membros, o documentário GERAÇÕES – A História dos Senta a Púa no Brasil será uma série de seis capítulos com dinâmica atual e divulgação em sintonia com os objetivos de preservação da história militar em nosso país.
A história do 1º Grupo de Aviação de Caça se confunde com a evolução da defesa aérea no Brasil, e sendo contada pela visão de seus participantes, será uma homenagem marcante nas comemorações dos 77 anos de sua formação e os 75 anos do final da Segunda Guerra Mundial.
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