11 de mar. de 2021

Agência Espacial participa de live para divulgação das primeiras imagens do Amazonia 1

O satélite brasileiro opera normalmente e apresenta os resultados esperados pela equipe técnica

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, participou nesta terça-feira (9) de live sobre o funcionamento do satélite Amazonia 1, que está em órbita desde o último dia 28 de fevereiro. Participaram também do bate-papo o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes, o coordenador-geral de Tecnologias Estratégicas do MCTI, Ricardo Mangrich, e o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Clezio de Nardin. Durante o encontro, eles responderam dúvidas sobre o satélite, explicaram como está o funcionamento do equipamento desde o lançamento até o momento e mostraram, com exclusividade, as primeiras imagens do Amazonia 1.

Durante a transmissão, Moura ressaltou a importância de tornar o Brasil um país internacionalmente competitivo na área espacial. “O que nós perseguimos, no Brasil, é isso: a capacidade de colocar satélites em órbita com os nossos próprios meios”. Ainda de acordo com o presidente, “o Brasil pode conceber veículos que sejam não apenas capazes de colocar algo em órbita, mas que sejam também capazes de ser competitivos no mercado que cresce muito. O setor que mais cresce em quantidade de lançamento é exatamente o de nanossatélites”.

Já o ministro Pontes chamou atenção para as várias aplicações possíveis. “As aplicações de um satélite como o Amazonia 1, geralmente as pessoas relacionam ao monitoramento do desmatamento, queimadas, entre outros. Mas há um monte de aplicações, para a agricultura, o meio ambiente, além de outros setores como fronteiras, oceanos, estradas, obras”, ponderou o ministro.

O coordenador Ricardo Mangrich também fez suas contribuições, registrando a importância do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). “O Brasil tem o local mais privilegiado do mundo para lançamento desse tipo de artefato, com área, meteorologia, e questão geológica propícia. Mas precisamos entender que a região [de Alcântara] tem características próprias. O grupo multimissão leva em consideração não só aspectos técnicos como também do desenvolvimento”, referindo-se ao CLA e à Comissão de Desenvolvimento Integrado para o Centro Espacial de Alcântara (CDI-CEA).

Em sua participação, o diretor do INPE, Clezio Nardin, falou sobre a expectativa do Instituto e da importância da qualidade das imagens capturadas pelo Amazonia 1. “O ganho desse satélite aumenta nossa revisita. Nós temos agora a capacidade de fazer imageamento no mesmo ponto com muito mais condições de verificar e acabar com o problema das nuvens”.

 De acordo com o INPE, o Amazonia 1 está operando normalmente em órbita e dentro das expectativas da equipe técnica responsável. 

 Do INPE

 De acordo com informações do INPE, a recepção no Brasil das primeiras imagens do satélite Amazonia 1 ocorreu em 3 de março de 2021. Após dois dias de testes com todos os subsistemas do satélite, a câmera WFI do Amazonia 1 foi ligada sobre o Brasil nas duas passagens diurnas. A primeira passagem, mais a leste, teve início às 9h57min27s e término às 10h08min27s, horário local de Brasília, e foi recebida com sucesso pelas estações terrenas do INPE em Cuiabá e em Cachoeira Paulista. A segunda passagem, mais a oeste, teve início às 11h35min27s e término às 11h47min57s, horário local de Brasília, e foi recebida com sucesso pela estação terrena do INPE em Cuiabá. As estações terrenas do INPE receberam e gravaram os dados brutos da câmera WFI, que foram processados em São José dos Campos e em Cachoeira Paulista.

 As figuras a seguir mostram cinco exemplos de imagens da câmera WFI do Amazonia 1, com resolução espacial de 66 metros.

Figura 1 - Cor real mostrando a região metropolitana de São Paulo e seu entorno. 

Fonte: INPE

Figura 2 - Composição colorida mostrando a região metropolitana do Rio de Janeiro e seu entorno. Fonte: INPE

Figura 3 - Cor verdadeira mostrando o reservatório de Sobradinho, Rio São Francisco, e seu entorno. Fonte: INPE

Figura 4 - Cor verdadeira mostrando o município de Ibotirama (BA), o Rio São Francisco, e entornos. Fonte: INPE

Figura 5 - Composição colorida mostrando a Reserva Nacional de Vida Silvestre Amazônica Manuripi-Heath, na Bolívia. 

Fonte: INPE

Assim que terminar a fase de manobras para colocação do satélite em sua órbita nominal, o que deve ocorrer até o próximo dia 15 de março, inicia-se a fase de comissionamento da câmera WFI do Amazonia 1, com duração prevista de aproximadamente dois meses. Durante essa fase, serão avaliadas a qualidade radiométrica e geométrica das imagens. Todos os ajustes necessários nos parâmetros de configuração do processamento serão feitos nesse período, com o objetivo de gerar produtos de imagens com a melhor qualidade possível. Ao fim da fase de comissionamento, o satélite Amazonia 1 poderá ser oficialmente declarado operacional e as imagens serão colocadas à disposição da comunidade de usuários por meio do catálogo de imagens do INPE.

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