O satélite brasileiro opera normalmente e apresenta os resultados esperados pela equipe técnica
Durante a transmissão, Moura ressaltou a importância de tornar o Brasil um país internacionalmente competitivo na área espacial. “O que nós perseguimos, no Brasil, é isso: a capacidade de colocar satélites em órbita com os nossos próprios meios”. Ainda de acordo com o presidente, “o Brasil pode conceber veículos que sejam não apenas capazes de colocar algo em órbita, mas que sejam também capazes de ser competitivos no mercado que cresce muito. O setor que mais cresce em quantidade de lançamento é exatamente o de nanossatélites”.
Já o ministro Pontes chamou atenção para as várias aplicações possíveis. “As aplicações de um satélite como o Amazonia 1, geralmente as pessoas relacionam ao monitoramento do desmatamento, queimadas, entre outros. Mas há um monte de aplicações, para a agricultura, o meio ambiente, além de outros setores como fronteiras, oceanos, estradas, obras”, ponderou o ministro.
O coordenador Ricardo Mangrich também fez suas contribuições, registrando a importância do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). “O Brasil tem o local mais privilegiado do mundo para lançamento desse tipo de artefato, com área, meteorologia, e questão geológica propícia. Mas precisamos entender que a região [de Alcântara] tem características próprias. O grupo multimissão leva em consideração não só aspectos técnicos como também do desenvolvimento”, referindo-se ao CLA e à Comissão de Desenvolvimento Integrado para o Centro Espacial de Alcântara (CDI-CEA).
Em sua participação, o diretor do INPE, Clezio Nardin, falou sobre a expectativa do Instituto e da importância da qualidade das imagens capturadas pelo Amazonia 1. “O ganho desse satélite aumenta nossa revisita. Nós temos agora a capacidade de fazer imageamento no mesmo ponto com muito mais condições de verificar e acabar com o problema das nuvens”.
De acordo com o INPE, o Amazonia 1 está operando normalmente em órbita e dentro das expectativas da equipe técnica responsável.
Do INPE
De acordo com informações do INPE, a recepção no Brasil das primeiras imagens do satélite Amazonia 1 ocorreu em 3 de março de 2021. Após dois dias de testes com todos os subsistemas do satélite, a câmera WFI do Amazonia 1 foi ligada sobre o Brasil nas duas passagens diurnas. A primeira passagem, mais a leste, teve início às 9h57min27s e término às 10h08min27s, horário local de Brasília, e foi recebida com sucesso pelas estações terrenas do INPE em Cuiabá e em Cachoeira Paulista. A segunda passagem, mais a oeste, teve início às 11h35min27s e término às 11h47min57s, horário local de Brasília, e foi recebida com sucesso pela estação terrena do INPE em Cuiabá. As estações terrenas do INPE receberam e gravaram os dados brutos da câmera WFI, que foram processados em São José dos Campos e em Cachoeira Paulista.
As figuras a seguir mostram cinco exemplos de imagens da câmera WFI do Amazonia 1, com resolução espacial de 66 metros.
Figura 1 - Cor real mostrando a região metropolitana de São Paulo e seu entorno.
Fonte: INPE
Figura 2 - Composição colorida mostrando a região metropolitana do Rio de Janeiro e seu entorno. Fonte: INPE
Figura 3 - Cor verdadeira mostrando o reservatório de Sobradinho, Rio São Francisco, e seu entorno. Fonte: INPE
Figura 4 - Cor verdadeira mostrando o município de Ibotirama (BA), o Rio São Francisco, e entornos. Fonte: INPE
Figura 5 - Composição colorida mostrando a Reserva Nacional de Vida Silvestre Amazônica Manuripi-Heath, na Bolívia.
Fonte: INPE
Assim que terminar a fase de manobras para colocação do satélite em sua órbita nominal, o que deve ocorrer até o próximo dia 15 de março, inicia-se a fase de comissionamento da câmera WFI do Amazonia 1, com duração prevista de aproximadamente dois meses. Durante essa fase, serão avaliadas a qualidade radiométrica e geométrica das imagens. Todos os ajustes necessários nos parâmetros de configuração do processamento serão feitos nesse período, com o objetivo de gerar produtos de imagens com a melhor qualidade possível. Ao fim da fase de comissionamento, o satélite Amazonia 1 poderá ser oficialmente declarado operacional e as imagens serão colocadas à disposição da comunidade de usuários por meio do catálogo de imagens do INPE.
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