30 de out. de 2025

Empresas espanholas negaram combustível a Petro para seu avião presidencial, durante viagem ao Oriente Médio

O evento estaria relacionado à recente inclusão do nome do presidente e de sua família, na lista de Clinton

Avião Presidencial | Foto: Presidência


El País - Ariadna María Orozco - Uma nova polêmica envolve o presidente Gustavo Petro depois que, durante uma escala técnica em Madri, nesta quarta-feira, 29 de outubro, várias empresas se recusaram a fornecer-lhe combustível para seu avião presidencial.

O incidente, segundo o diretor da estação de rádio La W, Julio Sánchez Cristo, ocorreu enquanto o presidente estava a caminho do Oriente Médio em visita oficial.

De acordo com o relatório, a recusa veio de empresas fornecedoras de combustível que, em sua maioria, são de capital norte-americano e estão sujeitas à legislação norte-americana.

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"Várias das empresas que prestam serviços em Madri são norte-americanas", explicou Sánchez Cristo, detalhando que a situação estaria supostamente relacionada à inclusão do presidente Petro na Lista OFAC, que é preparada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos EUA.

O impasse obrigou à transferência do avião presidencial para uma base militar, onde o Governo de Espanha interveio para garantir o abastecimento e permitir que a viagem continuasse de acordo com o itinerário planeado.

Embora a viagem do chefe de Estado tenha continuado sem grandes contratempos, o evento destacou as repercussões logísticas e diplomáticas que a aplicação de sanções desse tipo pode acarretar.

Especialistas, consultados pelo mesmo meio de comunicação, esclareceram que a recusa das empresas não se deveu a um ato político deliberado, mas ao estrito cumprimento dos protocolos de risco corporativo impostos pela lei dos EUA.

Esses tipos de regulamentos proíbem as empresas americanas de manter relações comerciais com pessoas ou entidades incluídas na Lista OFAC, a menos que expressamente autorizado pelo governo dos EUA.

As sanções derivadas desta designação incluem o congelamento de ativos, a proibição de transações financeiras e a restrição total de laços comerciais, incluindo os indiretos.

O avião presidencial colombiano após transportar o chefe de Estado, Gustavo Petro, e sua comitiva para Bruxelas (Bélgica), em 8 de outubro de 2025

Diante da recusa das empresas privadas, o avião presidencial foi transferido para uma base militar, onde o Governo da Espanha interveio para fornecer o combustível necessário. | Foto: Ovidio González - Presidência da Colômbia

Deve-se notar que as empresas que violarem essas disposições podem estar expostas a consequências graves, que podem chegar a multas de 250.000 dólares, o dobro do valor da operação.

Esse contexto, no marco legal, segundo analistas internacionais, explicaria por que as empresas privadas de Madri evitaram prestar serviços ao avião presidencial, apesar de a aeronave pertencer à Força Aérea Colombiana e não pessoalmente ao presidente.

Até o momento, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia ainda não emitiu uma posição oficial sobre o episódio, mas o fato levantou questões sobre os efeitos diplomáticos e operacionais gerados pelo fato de o Presidente da República estar incluído na referida lista.

Petro também não falou até agora, e sua viagem ao Oriente Médio continua normalmente.

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