25 de abr. de 2023

Escravocratas de si mesmos

Pintura de Fazenda de Café do Vale do Paraíba - José Rosael/ Hélio Nobre/ Museu Paulista da USP

Por Reginaldo Palazzo - No longínquo século XIX o embrião do que viria ser o carro chefe da economia do Brasil cometeu um erro histórico.

O golpe republicano financiado pelos fazendeiros escravocratas e efetivado por uma parcela do Exército Brasileiro reverbera até hoje no homem do campo.

Isso vale tanto para o grande produtor quanto para o pequeno.

O grande vive a falta de paz com o fantasma da invasão de suas terras porque a Ré-Pública nunca conseguiu resolver efetivamente esse conflito.

O pequeno não dorme direito por outro tipo de invasão, a invasão daqueles que vivem a margem da lei, os marginais.

Cabeças de gado, porcos e até galinhas, são roubados diariamente pelos parceiros dos políticos “nada republicanos”.

Nem os peixes de açude escapam. Uma lástima!

Hoje, o provérbio não dê o peixe, mas ensine o seu filho a pescar foi mudado cinicamente.

Dê o peixe dos outros e ainda ensinem seus filhos a roubarem seria a frase mais digna tamanha a falta de vergonha na cara de pais que já nasceram em famílias desestruturadas moralmente.

O que já atingia o comércio com os proprietários sendo chamados de os próprios otários chega ao campo com a força de um vendaval que anuncia: Depois de mim não vem a bonança, vem um tornado.

A saga ácida republicana de que tudo pode pelo voto é a verdadeira nuvem de gafanhoto a pousar nas plantações.

Entre camas de luxo e gravatas de grife está o lençol que enforca o agro e as bravatas que enganam o pobre que os levam ao poder.

O direito a propriedade privada corre risco, poderiam lá atrás ter tentado resolver seus problemas de outro jeito. A ganância cega.

Pobres pobres, seu futuro miserável é uma cama bem diferente, a de um hospital.

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